Hospital inicia protocolo de morte cerebral em bebê espancado


A criança deu entrada na UPA Vetor Oeste na última sexta-feira (19)
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A criança deu entrada na UPA Vetor Oeste na última sexta-feira (19)

O HU (Hospital Universitário) de Jundiaí, no interior de São Paulo, iniciou nesta quarta-feira (24) o protocolo de investigação de morte encefálica em um bebê de 1 ano e 3 meses internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

A criança segue respirando com auxílio de aparelhos e apresenta risco iminente de morte.

Segundo boletim oficial enviado ao Portal iG, “o bebê permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário, em estado extremamente grave. Segue respirando com auxílio de aparelhos e apresenta risco iminente de óbito. Foi iniciado o protocolo para investigação de morte encefálica.”

A criança deu entrada na UPA Vetor Oeste na última sexta-feira (19) após sofrer agressões. Apresentou quatro paradas cardiorrespiratórias antes de ser transferida ao HU.

O laudo médico aponta hemorragia cerebral, contusão pulmonar, sinais de desnutrição e múltiplas lesões em diferentes estágios de cicatrização.

Entre elas, fraturas de clavícula, braços e dedos, queimaduras circulares no couro cabeludo e no pescoço, unhas arrancadas e marcas de mordidas compatíveis com arcada dentária adulta.

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As explicações dadas pela mãe não são compatíveis com as lesões apresentadas, conforme verificada pela equipe médica. O histórico do bebê inclui atendimento no HU em fevereiro deste ano, quando já havia sinais de desnutrição e marcas de violência.

O protocolo de morte encefálica em andamento segue normas do Conselho Federal de Medicina. Ele inclui exames clínicos e avaliações complementares realizados em intervalos específicos para confirmar a ausência irreversível das funções neurológicas.

Na ocasião, ele permaneceu internado por oito dias, e o caso foi comunicado ao Conselho Tutelar, que acompanhava a família até a mãe mudar de endereço sem informar o órgão.

A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de homicídio. A mãe da criança, de 23 anos, foi presa em flagrante na UPA Vetor Oeste no dia 19. No sábado (20), em audiência de custódia, a prisão foi convertida em preventiva.

A jovem está detida na Cadeia Pública Feminina de Itupeva. O delegado responsável afirmou que as agressões configuram “quase tortura”.

Questionamentos

O Conselho Tutelar é alvo de questionamentos sobre possível omissão. Conselheiros não compareceram à UPA no dia da denúncia recente, apesar de acionados.

A Câmara Municipal de Jundiaí aprovou na terça-feira (23) a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a atuação do órgão.

A Prefeitura pediu ainda a abertura de sindicância para apurar a conduta dos conselheiros e sugeriu o afastamento cautelar durante as investigações.

As investigações indicam que as agressões contra a criança vinham ocorrendo de forma contínua desde fevereiro. A Polícia Militar foi acionada para acompanhar a ocorrência na UPA e o Ministério Público acompanha o processo.



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