Homem é condenado por se passar por comissário e voar de graça


Homem que se passava por comissário de bordo chegou a embarcar em mais de 120 voos gratuitos
Suhyeon Cho/Unsplash

Homem que se passava por comissário de bordo chegou a embarcar em mais de 120 voos gratuitos

Tiron Alexander, de 35 anos, foi condenado por fraude eletrônica e entrada ilegal em área restrita de aeroportos, após embarcar gratuitamente em mais de 120 voos nos Estados Unidos entre 2018 e 2024, fingindo ser comissário de bordo.

O esquema utilizava políticas que permitem a tripulantes de empresas aéreas viajar gratuitamente como passageiros não pagantes, e foi executado principalmente em voos da companhia Spirit, com destinos como Atlanta, Dallas, Las Vegas e Los Angeles.

Segundo documentos apresentados no tribunal e informações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Alexander usou um site exclusivo para tripulantes para reservar as passagens.

Durante o processo, ele indicava falsamente ser comissário de bordo ou piloto, informando o nome da empresa aérea empregadora, data de admissão e número do crachá.

Ao todo, forneceu dados referentes a sete companhias e cerca de 30 diferentes números de identificação.

Apenas na Spirit Airlines, foram registrados 34 voos sem pagamento, o que chamou atenção da empresa após o acúmulo dos registros em seu sistema.

Alexander voou em 34 voos com a companhia aérea sem pagar por nenhum deles, fingindo ser um comissário de bordo de outras empresas aéreas ”, afirmou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em nota oficial. Ainda de acordo com a acusação, ele também se passou por tripulante em voos de outras três companhias.

Como era necessário informar nome e data de nascimento para emitir os cartões de embarque, foi por esse caminho que as autoridades conseguiram rastrear Alexander.

Prisão e histórico profissional

Tiron foi indiciado por um júri federal em outubro de 2024, no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Sul da Flórida, mas só foi preso em fevereiro de 2025, ao tentar embarcar de São Francisco para a Austrália.

Na ocasião, Alexander estava suspenso sem remuneração de seu cargo na American Airlines, onde atuava no atendimento ao cliente.

De acordo com registros judiciais, ele já havia trabalhado como comissário de bordo em duas companhias regionais entre 2013 e 2015, e buscava retornar à aviação.

Ele tentou ingressar na academia de pilotos da Alaska Airlines em 2022 e se candidatou a vagas como comissário na própria Alaska e também na Delta em 2024.

Condenação e pena

Alexander foi considerado culpado, na última quinta-feira (05), por quatro acusações de fraude eletrônica, cada uma com pena máxima de 20 anos de prisão, e uma acusação por entrada indevida em área restrita de aeroporto, que pode render até 10 anos de reclusão.

Além disso, cada acusação pode resultar em multa de até US$ 250 mil (aproximadamente R$ 1,3 milhão na cotação atual). A sentença será anunciada em 25 de agosto de 2025 pela juíza distrital Jacqueline Becerra.

Casos semelhantes

Embora incomum, esse tipo de fraude não é inédito. O caso de Frank Abagnale Jr., que fingiu ser piloto na juventude e inspirou o filme “ Prenda-me Se For Capaz ”, estrelado por Leonardo DiCaprio, é um dos mais conhecidos.

Em 2019, um homem na Índia tentou obter os mesmos benefícios com um documento falso e foi preso.

Já em 2021, um morador de Houston, nos Estados Unidos, que havia trabalhado para uma companhia aérea confessou ter produzido identidades falsas para viajar gratuitamente pela Spirit.



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