Homem contrai vírus raro e de morcego e fica em estado crítico


Primeiro caso de 2024 é confirmado em Nova Gales do Sul
Todd Cravens/Unsplash

Primeiro caso de 2024 é confirmado em Nova Gales do Sul

Um homem de 50 anos foi internado na Austrália em estado crítico após ser infectado com o lyssavirus, uma variante rara do vírus da raiva transmitida por morcegos .

O caso, confirmado pelas autoridades de saúde do estado (NSW Health), é o primeiro registrado na região de Nova Gales do Sul e o quarto em todo o país desde que o vírus foi identificado em 1996.

A infecção ocorreu após o homem ser mordido por um morcego meses atrás. Ele recebeu tratamento na época, mas as autoridades investigam se outros fatores contribuíram para a evolução do quadro.

Keira Glasgow, diretora da área de Proteção à Saúde da NSW Health, explicou que o lyssavírus é transmitido quando a saliva de um morcego infectado entra no organismo por meio de mordidas ou arranhões.

Sabemos que 118 pessoas precisaram de avaliação médica após serem mordidas ou arranhadas por morcegos em 2024, mas este é o primeiro caso confirmado do vírus em Nova Gales do Sul “, afirmou.

Glasgow ressaltou que, apesar de extremamente raro, o vírus não tem cura após o aparecimento dos sintomas, que evoluem rapidamente para paralisia, delírio, convulsões e morte.

Autoridades reforçam recomendações de prevenção

As autoridades pedem que a população não toque em morcegos, mesmo quando pareçam feridos ou estejam caídos.

Todo morcego na Austrália deve ser considerado como potencial portador do lyssavírus “, disse Glasgow.

Apenas especialistas treinados, vacinados e com equipamentos de proteção devem lidar com esses animais.

Em casos de mordida ou arranhão, o indicado é lavar a ferida por 15 minutos com água e sabão, aplicar antisséptico antiviral e buscar atendimento médico urgente. O tratamento pós-exposição envolve a aplicação de imunoglobulina antirrábica e vacina contra a raiva.

Doença rara, mas fatal

O lyssavirus é semelhante ao vírus da raiva e já foi detectado em espécies de morcegos frugívoros, morcegos insetívoros e raposas-voadoras.

Desde 1996, os quatro casos humanos registrados resultaram em mortes, todos após mordidas ou arranhões de morcegos.

Fora da Austrália, a raiva é mais comum em animais como cães, gatos, macacos, raposas, guaxinins e mangustos.

A infecção pelo lyssavírus não ocorre por contato com fezes, urina ou sangue dos morcegos, nem por frequentar áreas onde eles vivem, desde que não haja manipulação direta.

A transmissão entre pessoas é extremamente rara e só foi documentada em casos de transplantes de órgãos ou tecidos infectados.

Em caso de exposição potencial, uma avaliação de risco é realizada pelas autoridades de saúde pública.

Vacina é recomendada para grupos de risco e viajantes

A vacinação contra raiva é indicada para pessoas que lidam com morcegos, trabalham com fauna silvestre ou viajam para países onde há risco de raiva em animais terrestres.

O esquema preventivo consiste em três doses em um mês, com reforços periódicos.

Após exposição, mesmo quem já tomou a vacina pode precisar de doses adicionais e da imunoglobulina antirrábica.

Atendimento e diagnóstico

A confirmação do ABLV exige exames laboratoriais em amostras de pele, sangue ou tecido nervoso.

Médicos são orientados a informar casos suspeitos aos departamentos locais de saúde pública, que acompanham as investigações, organizam o envio de vacinas e analisam se outras pessoas podem estar em risco.



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