Governo da RDC e rebeldes concordam em encerrar combates


(Março) Membros do movimento M23 na entrada dos escritórios do governo local, em Bukavu
Glody MURHABAZI

(Março) Membros do movimento M23 na entrada dos escritórios do governo local, em Bukavu

Glody MURHABAZI

O governo da República Democrática do Congo (RDC) e o grupo rebelde M23 anunciaram nesta quarta-feira um acordo para interromper os combates no leste do país e negociar uma trégua permanente.

Durante três décadas, a parte oriental do vasto país da África Central foi cenário de combates, que se intensificaram nos últimos meses, com o avanço do M23 para as cidades de Goma e Bukavu, na fronteira com Ruanda, acusada por diversos países e especialistas da ONU de apoiar os rebeldes, embora negue e denuncie a presença de grupos hostis no lado congolês.

O anúncio inesperado de hoje foi feito após negociações mediadas pelo Catar. Os dois lados “concordaram em trabalhar para a conclusão de uma trégua”.

Ambas as partes reafirmam no acordo, divulgado pelo M23, “seu compromisso com o fim imediato das hostilidades”. O cessar-fogo permanecerá em vigor até a conclusão das conversas.

O leste turbulento da RDC é uma região rica em recursos naturais e minerais, mas devastada há décadas por rivalidades regionais decorrentes do genocídio ruandês de 1994.

Ruanda é acusada por Kinshasa de usar o M23, liderado por tutsis, para saquear as riquezas dessa região, mas afirma que a RDC protege naquela área um grupo armado criado por hutus, responsáveis pelo genocídio de tutsis três décadas atrás.



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