
Durante o interrogatório, Fernandes declarou que o arquivo era um “copilado de dados, de pensamentos meus, para uma análise de riscos”
O general reformado do Exército Brasileiro, Mário Fernandes, afirmou nesta quinta-feira (24), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, que a chamada “minuta do golpe” não passou de uma reflexão pessoal digitalizada.
O documento foi citado nos autos da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, como parte das investigações sobre uma possível trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) em janeiro de 2023.
Durante o interrogatório, Fernandes declarou que o arquivo era um “copilado de dados, de pensamentos meus, para uma análise de riscos”.
Segundo ele, o conteúdo não foi entregue ou mostrado a nenhuma outra pessoa. “Não foi apresentado para ninguém esse pensamento digitalizado, nem compartilhado por ninguém” , disse.
O militar foi alvo de busca e apreensão em 8 de fevereiro de 2023. À época, o arquivo foi identificado nos autos como uma possível minuta de um plano golpista.
Fernandes, no entanto, negou qualquer relação entre o documento e um plano concreto de ruptura institucional. Ele afirmou que se tratava de uma análise pessoal, sem valor prático ou operacional.
Ao Supremo, o general declarou que se arrepende de ter digitalizado o material. “Me arrependo de ter digitalizado isso” , afirmou.
Ele também disse que, mesmo se o conteúdo completo de seu HD fosse incluído no processo, isso não afetaria a denúncia apresentada pelo Ministério Público.
“Eu garanto, neste momento, que meu HD fosse extraído nos autos do processo, em nada impactaria o processo ou mesmo a parte da denúncia. O que foi colocado até aqui sobre esse arquivo é completamente descontextualizado” , declarou.
A Operação Tempus Veritatis apura a organização de um suposto plano de golpe de Estado. Mário Fernandes está entre os alvos do inquérito, que também inclui outros militares e ex-integrantes do governo federal.
IG Último Segundo