
Emmanuel Macron presidente da França
O governo da França anunciou nesta terça-feira (11) um conjunto de medidas rigorosas para conter a violência entre adolescentes no país. Entre as ações, está a proposta de proibir o uso de redes sociais por menores de 15 anos, além de barrar a venda online de facas para esse público.
A decisão foi tomada após um caso que chocou o país: um estudante de 14 anos esfaqueou e matou uma funcionária de uma escola durante uma revista de mochilas em Estrasburgo. O incidente reacendeu o debate sobre segurança nas escolas e os efeitos do ambiente digital no comportamento juvenil.
O presidente Emmanuel Macron quer aprovar uma lei que estabeleça uma “maioridade digital”, impedindo que menores de 15 anos criem contas em redes sociais sem verificação oficial de idade e consentimento dos pais.
“Se a Europa não agir rapidamente, a França vai agir sozinha”, disse Macron, que pretende avançar com a legislação nacional caso a proposta europeia não avance nos próximos meses.
Venda de facas pela internet será bloqueada
Outro ponto central do pacote é a proibição imediata da venda de facas pela internet para menores de idade. As plataformas de comércio eletrônico deverão implementar sistemas de verificação de idade tanto na compra quanto na entrega.
De acordo com dados do Ministério da Educação francês, 186 facas foram apreendidas em escolas entre março e maio deste ano, após mais de 6 mil revistas de mochilas realizadas.
Reforço da disciplina nas escolas
O governo também anunciou que vai continuar reforçando os controles nas escolas. Nos últimos dois meses, 587 conselhos disciplinares foram abertos contra alunos flagrados com objetos cortantes.
“Precisamos restaurar a autoridade dentro das escolas. Crianças armadas não podem ser tratadas como algo normal”, afirmou a imprensa local o ministro da Educação, Philippe Bayrou.
A proposta já provoca discussões. Associações de pais defendem o bloqueio digital como forma de proteger crianças do cyberbullying e de influências negativas nas redes. Já especialistas alertam para desafios técnicos e éticos na aplicação das regras, como a verificação de idade em plataformas globais. Macron citou o modelo da Austrália — que já proíbe o acesso de menores de 16 anos às redes sociais — como exemplo a ser seguido.
IG Último Segundo