Explosão de celular: saiba o que pode causar esse tipo raro de acidente


Dois episódios de explosão de celular no Brasil viralizaram nas redes sociais e geraram alertas sobre riscos que podem ser evitados. Em Anápolis, no estado de Goiás, o aparelho pegou fogo quando uma mulher fazia compras em um mercado. Com queimaduras, ela precisou receber atendimento hospitalar.
O outro caso ocorreu em Guarapari, no Espírito Santo. A explosão dentro de um ônibus produziu uma grande nuvem de fumaça. Felizmente, ninguém se feriu.
No entanto, é raro que isso aconteça porque as baterias costumam ter sistemas de segurança múltiplos para impedir o superaquecimento. Para ocorrer, é necessária uma combinação de eventos. Entre os fatores que aumentam esse risco estão: impactos na estrutura da bateria, exposição ao calor e uso de bateria ou carregadores que não são originais,
A Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade afirma que, embora os acidentes fatais com celulares sejam raros (se compararmos o número de ocorrências com a enorme quantidade de telefones no Brasil), o risco existe no uso do aparelho. E é necessário ter cuidado. Veja pessoas que perderam a vida.
Em 20/12/2021, Max Willyan Gomes, 14 anos, morreu em Alexânia (GO). Ele levou uma descarga elétrica ao usar o celular que estava carregando na tomada, ligado a uma extensão. Segundo a polícia, chovia na hora e um raio ampliou a corrente.
Em 28/02/2021, uma menina de 10 anos morreu ao colocar o celular para carregar usando uma extensão que estava com o fio descascado, em Quirinópolis (GO).
Em 25/05/2021, a cabeleireira Márcia Soares, 26 anos, morreu ao levar choque em celular ligado na tomada em Lagoa do Carro (PE).
Em 24/08/2021, Sara Alves, de 2 anos, morreu atingida por descarga elétrica do carregador do celular em Ereré (CE). Ela havia deitado sobre o fio do celular, que estava carregando em uma extensão. Em 11/12, Darley Emanuel morreu ao tomar choque após colocar o celular para carregar numa tomada em Santa Helena, no Sertão da Paraíba.
Para evitar riscos, alguns cuidados são essenciais. Não use carregadores piratas. Eles não têm dispositivos de segurança como, por exemplo, fios com a resistência adequada à corrente recebida e sensores que interrompem a energia quando a bateria está 100%.
Quando a bateria fica cheia, pode haver superaquecimento se não houver um sistema que interrompa a corrente elétrica. Somente os carregadores originais dispõem dessa tecnologia.
Não use cabos com defeito, pois eles podem esquentar demais e até explodir. Se o cabo estiver quebrado, não tente remendar. Jogue fora. Para evitar danos no cabo, evite colocá-lo solto na mochila ou na bolsa Guarde o fio numa bolsinha ou pochete apropriada.
Em 2017, uma menina de 14 anos morreu eletrocutada no Vietnã (e o caso teve repercussão internacional) ao se deitar sobre um fio de iphone desencapado, cujo carregador estava ligado à tomada. Ela tinha colocado fita adesiva, mas não adiantou.
Verifique se a bateria está estufada. Se isso ocorrer, troque imediatamente por outra. E o descarte da antiga deve ser feito em cestas específicas (nunca junto com o lixo comum). Lojas de eletrônicos costumam ter local apropriado para quem quer se desfazer de acessórios eletrônicos.
Não deixe o aparelho em cobertas, sofás e travesseiros enquanto estiverem sendo carregados. Eles podem sofrer um superaquecimento.
Não durma com o celular. É muito comum a pessoa se deitar com o celular, usá-lo até pegar no sono e permanecer ao longo da noite com o aparelho na cama. Não faça isso. Use o celular enquanto estiver acordado e depois deixe o aparelho em outro local.
Não recarregue o aparelho em áreas molhadas como banheiro, cozinha e área de serviço, e evite também utilizar o celular com os pés descalços nesses ambientes.
Se for preciso utilizar o celular, desconecte-o do carregador, principalmente se estiver numa ligação. Evite ficar perto do celular durante a recarga.
O especialista em segurança Gerardo Portela adverte que é comum as pessoas ligarem mais de um aparelho numa tomada do tipo benjamin, o que é perigoso. Extensores para várias tomadas sem proteção não devem ser usados.
O ideal é usar filtro de linha – uma régua com várias entradas e um interruptor. Se houver sobrecarga, o equipamento age como disjuntor, interrompendo a energia.
Outro alerta: não se deve usar celulares em postos de gasolina. O risco é tão alto que o uso do aparelho nesses ambientes é proibido por lei.
Especialistas explicam que o vapor de combustível é mais pesado do que o ar e fica concentrado perto do solo. Se o celular cai e gera um pequeno curto, isso pode ser suficiente para provocar uma explosão. E o posto de combustível está cheio de material inflamável, agravando o risco de uma tragédia.
A atenção deve ser redobrada em dias de temporal, com raios e trovões. O celular pode ser usado normalmente, mas a pessoa não deve manuseá-lo enquanto estiver carregando. Um raio na região pode fazer a descarga elétrica se expandir, atingindo o dispositivo móvel.



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