Enchente alaga mais de 2 mil casas em São Lourenço do Sul (RS)


Vista aérea de São Lourenço do Sul (RS)
Reprodução/DCRS

Vista aérea de São Lourenço do Sul (RS)

As chuvas fortes que atingiram o município gaúcho de São Lourenço do Sul, na noite de sexta-feira (22) e madrugada deste sábado (23), provocaram inundações em pelo menos 2 mil casas, por conta da cheia do Arroio São Lourenço.

O cenário levou a prefeitura do município a decretar calamidade pública neste sábado, para agilizar recursos e viabilizar ajuda financeira para atender os moradores.

O impacto da cheia foi imediato e o bairro Lomba foi o mais afetado. Muitas famílias precisaram deixar suas casas padidamente e buscar abrigo em casas de parentes ou amigos.

Até o momento, de acordo com informações da Defesa Civil do estado, são 19 desabrigados e 22 desalojados.

Segundo informação da Metsul Meteorologia, a enchente também trouxe dificuldades para o monitoramento do nível do arroio, porque o aparelho que faz a medição foi danificado pela água. Por isso, não há registro a altura exata alcançada pela cheia.

Desde a madrugada, equipes da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Defesa Civil trabalham em resgates e transporte de moradores.

Segundo relatos, a água avançou rápido, deixando ruas intransitáveis, com veículos tomados pela água.

Alguns moradores tiveram que ser resgatados com ajuda de barcos. A prefeitura pediu apoio da Marinha.

O Departamento de Logística da Defesa Civil foi acionado para envio de ajuda humanitária: água potável, cestas básicas, colchões e kits de higiene, como sabão, escova de dentes, absorventes e fraldas.

A equipe técnica da 4ª oordenadoria Regional de Proteção e Defesa Civil (CREPDEC) ainda deve apoiar o município na avaliação dos danos no município e no encaminhamento e preenchimento das documentações necessárias no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres.

Volumes extremos de chuva

Os volumes de chuva foram extremos na área da bacia do Arroio São Lourenço.

Segundo a MetSul, o pluviômetro do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) indicou precipitação, até o começo da tarde deste sábado, de 198 mm.

Medições de proprietários rurais chegaram a indicar 300 mm.

Ainda de acordo com o instituto, foram dois sistemas meteorológicos os responsáveis pela chuva excessiva no Sul do Rio Grande do Sul: uma frente quente e depois uma frente fria, ambos com altos volumes de precipitação.

Uma frente quente que se organizou sobre o Rio Grande do Sul na madrugada e manhã de sexta trouxe chuva volumosa no Sul e no Leste gaúcho.

No final da sexta, com a massa de ar frio se aproximando, a frente fria ganhou muita intensidade com chuva pesada e altos volumes no Sul do estado.

Outros municípios atingidos

Segundo a Defesa Civil, também sofreram danos por causa da chuva, incluindo alagamentos pontuais, danos em telhados e quedas de árvoresos , os municípios de Alegrete, Bagé, Barros Cassal, Caçapava do Sul, Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado, Portão, Porto Lucena, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, São Gabriel, São José do Hortêncio, Sapucaia do Sul, Sinimbu, Tunas, Vera Cruz e Vila Nova do Sul.

Além destes, choveu muito em Porto Alegre e houve registros de danos.

O volume de chuva que atingiu a capital superou o total previsto para todo o mês de agosto, segundo a Defesa Civil.

Foram 123,3 mm na região do bairro Sarandi desde a meia-noite de sexta-feira até as 16h deste sábado. A média para o mês de agosto, segundo a Climatempo, é de 122 mm.

Foram registrados destelhamentos e queda de árvores em várias regiões.



IG Último Segundo