Empresário confessa ter matado gari em BH, diz polícia civil


Renê teria chegado ao trabalho 30 minutos após matar gari
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Renê teria chegado ao trabalho 30 minutos após matar gari

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, confessou ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, durante uma discussão de trânsito em Belo Horizonte, conforme informado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) ao Portal iG nesta terça-feira (19).

Em nota enviada à reportagem, a corporação alega que a confissão ocorreu em um interrogatório no Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na segunda-feira (18),  um dia após os advogados de Renê anunciarem que deixariam a defesa.

Segundo a PCMG, Renê “alegou que efetuou o disparo em razão de uma discussão de trânsito”.

Além disso, o empresário afirmou que sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, da PCMG, “não tinha conhecimento que ele havia se apoderado de sua arma particular” . A Corregedoria-Geral da Polícia Civil instaurou um procedimento disciplinar e um inquérito para investigar Ana Paula.

A Polícia Civil informou que em breve, novas informações do caso serão divulgadas.

Bloqueio de bens

Ainda nesta terça, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que solicitou à Justiça o bloqueio dos bens de Renê. O pedido prevê o bloqueio de até R$ 3 milhões, “com preferência para dinheiro em espécie ou depositado em qualquer modalidade de instituição e aplicação financeira”.

Segundo o MPMG, a medida se estende também à esposa do empresário,  “por entender que, como dona da arma de fogo usada no crime, ela responde solidariamente pelo caso”.

O pedido inicial partiu da defesa da vítima. No informe, o MPMG destacou que o padrão de vida do casal e suas trajetórias profissionais indicam capacidade financeira para arcar com a indenização. A medida também visa prevenir que, com a repercussão do caso, o casal desvie patrimônio e prejudique os familiares da vítima.

Relembre o crime

O crime aconteceu no dia 11 de agosto. Na ocasião, o empresário Renê iniciou uma discussão de trânsito com a motorista de um caminhão de lixo que, segundo ele, bloqueava a rua.

Conforme o relato das testemunhas, o empresário teria ameaçado a motorista, e os garis saíram em defesa da mulher. Irritado, ele sacou a arma e atirou contra Laudemir, que morreu no hospital. A prefeitura informou que a vítima trabalhava para uma empresa terceirizada de limpeza.

A Justiça converteu a prisão em flagrante de Renê em preventiva, e ele foi transferido para o Presídio de Caeté.

Após ser preso, Renê permitiu a entrada da polícia em sua residência, onde a arma da esposa, que ele usou para cometer o crime, foi encontrada e periciada.

Câmeras de segurança registraram o empresário guardando a pistola em uma mochila antes de ser localizado e preso em uma academia.



IG Último Segundo