Apartamento que ele mantinha em Caraguatatuba é avaliado entre R$ 5 e R$ 8 milhões; a lancha, de 64 pés, estaria avaliada em R$ 4,5 milhões; os dois bens estavam bloqueado pela justiça e o empresário vinha negociando a liberação dos dois bens antes de ser executado no aeroporto de São Paulo, na sexta, dia 8
O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira (8), possuía uma apartamento de luxo e uma lancha de 64 pés no Litoral Norte Paulista. Ele vinha negociando o desbloqueio desses dois bens junto a justiça, após a homologação da sua delação premiada.
Antônio Vinícius Lopes Gritzbach (Foto/Divulgação) foi morto oito dias após ter denunciado à Corregedoria da Polícia Civil, policiais supostamente envolvidos com a corrupção. Ele denunciou os policiais à Corregedoria por extorsão. A informação foi dada pelo secretário de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (11).
A vítima, Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, de 38 anos, moto com dez tiros no aeroporto na sexta-feira, dia 8, tinha um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público do Estado de São Paulo e delatou facções do crime organizado.
Na delação premiada homologada em abril deste ano com o juiz Leonardo Valente barreiros, da 1ª Vara de Crimes Tributários, o empresário que possuía um patrimônio milionário e tinha 18 bens bloqueados, vinha negociando com a justiça o desbloqueio de alguns dos seus bens.
Entre os bens que o empresário solicitava o desbloqueio estava um apartamento luxuoso no Condomínio “As Gaivotas”(Foto ao lado), na praia da Tabatinga, na região norte de Caraguatatuba. O condomínio é um dos mais sofisticados do litoral paulista e sul-fluminense. Um apartamento no condomínio, que fica no alto do morro da Tabatinga, custa em média de R$ 5 a R$ 8 milhões.
O empresário morto também possuía uma lancha Cimitarra, de 64 pés, cadastrada na Capitania da Delegacia dos Portos em São Sebastião. A lancha, ano 2017, avaliada em R$ 4,5 milhões, estaria em uma das marinas de Caraguatatuba. A lancha Cimitarra de 64 pés, tem cerca de 18 metros de comprimento e 4,15 metros de largura e capacidade para 18 passageiros.
Investigações
A força-tarefa criada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) determinou o afastamento de oito policiais militares que são investigados pela Corregedoria da instituição por suposta segurança que faziam para o empresário O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado no Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira (8) .
Um inquérito policial militar instaurado pela Corregedoria da PM há mais de um mês apura o envolvimento dos policiais na escolta do homem envolvido com uma facção criminosa que foi assassinado na área de desembarque do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na sexta-feira (8).
O documento, confirmando o afastamento de todos os militares, foi assinado pelo coronel Fábio Sérgio do Amaral, chefe da Corregedoria da PM e integrante da força-tarefa. Os agentes já foram chamados pela Corregedoria da PM para prestar esclarecimentos no inquérito militar que apura o envolvimento do grupo na escolta do homem assassinado, atividade que fere o regulamento disciplinar da instituição. Os celulares de todos os policiais que estavam no dia do crime foram apreendidos e passam por análise.
A Corregedoria da Polícia Civil também acompanha os policiais civis que foram citados no acordo de colaboração firmado pelo Ministério Público. Parte dos documentos foi encaminhada à instituição, que deu início em outubro a uma apuração sigilosa, com providências administrativas preliminares para individualização da conduta de cada um.
“Para que possamos fazer um afastamento, pela lei orgânica, é necessário um procedimento administrativo disciplinar que não paire dúvidas sobre autoria e materialidade. É isso que estamos buscando via inquérito para reunir o maior número de provas”, explicou o delegado-geral, Artur Dian. A Corregedoria busca, a partir das informações, elementos concretos que vão embasar o inquérito que investiga os agentes.
A força-tarefa que acompanha as investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) foi criada na segunda-feira (11) por meio de uma resolução publicada no Diário Oficial do Estado por determinação do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. “Nós criamos essa força-tarefa para dar uma resposta a esse caso o mais rápido possível. O objetivo de todas as forças de segurança é identificar, qualificar e prender os criminosos envolvidos nesse crime”, afirmou o chefe da pasta.
O grupo é coordenado pelo secretário-executivo da SSP, delegado Osvaldo Nico Gonçalves. Além dele, participam o delegado Caetano Paulo Filho, do Departamento de Inteligência da Polícia Civil, a delegada do DHPP, Ivalda Aleixo, o coronel Pedro Luís de Souza Lopes, chefe do Centro de Inteligência da PM, o coronel Fábio Sérgio do Amaral, da Corregedoria da PM, e a perita criminal Karin Kawakami de Vicente. Integrantes do Ministério Público e da Polícia Federal também acompanham os trabalhos. Eles foram convidados para participar das investigações por meio do compartilhamento de informações.