O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), calculado mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), atingiu 113,5 pontos em novembro, registrando um crescimento de 1,4% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, o avanço foi de 2,9%, confirmando a continuidade da tendência positiva iniciada em outubro.
O destaque do mês foi o aumento da confiança nas expectativas econômicas, que registrou alta de 4,4% e alcançou 134,4 pontos, o maior nível desde outubro de 2023. Esse movimento impulsionou o subindicador de expectativas, que avançou 2,7%, chegando a 145,7 pontos, o maior entre todos os subindicadores do índice.
“Esse destaque pelo segundo mês consecutivo mostra a confiança dos empresários nas vendas de fim de ano e a importância desse período para o comércio. Esperamos um período de festas bem-sucedido para os empresários do setor”, declarou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Investimentos e contratações temporárias
O cenário positivo também reflete na disposição dos empresários em investir e contratar. Segundo o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, o otimismo em relação aos próximos meses está incentivando o aumento das contratações temporárias. Esse indicador específico alcançou 131,3 pontos, o maior nível desde dezembro de 2022.
“Esse resultado é consistente com a percepção mais positiva dos consumidores sobre o futuro do mercado de trabalho, sendo um dos dois itens que apresentaram crescimento no Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também divulgado pela CNC”, explicou Tavares.
Apesar das pressões econômicas, como inflação e juros altos, o comércio demonstra recuperação. A percepção das condições atuais do setor cresceu 0,2% no mês e 2,0% em relação à economia, com o indicador de condições econômicas atuais atingindo 70,0 pontos, o nível mais alto desde março de 2024.
Setores em destaque
O aumento da confiança em novembro foi liderado por segmentos como supermercados, farmácias e lojas de cosméticos, que apresentaram crescimento de 2,3%. Setores de vestuário, tecidos e calçados também registraram avanço, com alta de 1,2%, impulsionados pela demanda de fim de ano.
No entanto, o segmento de bens duráveis foi o único a apresentar queda no índice (-0,3%), devido à vulnerabilidade desses produtos às altas taxas de juros.
“Vale destacar que todos os segmentos melhoraram suas expectativas para o setor, o que indica um momento favorável para o comércio em geral. O segmento de bens não duráveis apresentou o maior crescimento mensal (2,7%), sendo o mais confiante nas vendas de fim de ano”, destacou Tavares.
Supermercados, farmácias e lojas de cosméticos também lideram nas contratações temporárias para o período. Em contrapartida, o segmento de bens duráveis deve reduzir as contratações nos próximos meses.
O Icec, referência para o setor, sinaliza que o comércio segue em trajetória de recuperação, com expectativas de que o período de festas traga resultados positivos para empresários e consumidores.
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