Cardeais na Capela Sistina
Está em curso o processo de escolha do novo papa. Não seria correto
assemelhar de modo integral essa atividade com uma eleição política comum, como as que vemos usualmente para presidente, governador, prefeito, deputados, senadores, vereadores. Mas, alguma semelhança há.
O “colégio de eleitores” é formado por todos os cardeais, 252 para ser preciso. Podem eleger o novo papa, porém, 135 desses sacerdotes, sendo excluídos aqueles com mais de 80 anos. E mesmo entre os cardeais elegíveis, nem todos são “papáveis”. E aí entra todo um jogo de tendencias, preferencias, ideias e, claro, interesses.
Francisco não poderia ser considerado um papa progressista. Quando, em uma entrevista, defendeu que a Igreja acolhesse os gays, deixou claro ser inviável realizar casamentos homossexuais sob às bençãos da Igreja.
Defendeu o casamento como sacramento, porém, igualmente pugnou por um acolhimento dos divorciados dentro da comunidade católica, sem discriminações.
Mesmo não sendo progressista, Francisco não era bem visto pelos teóricos mais conservadores do catolicismo, de modo especial os ultraconservadores. Essa observação é importante pois traz uma outra análise: o novo papa estará mais alinhado ao “franciscanismo” de recente lembrança, ou terá um perfil mais conservador e talvez até mesmo com anseios de reformar o que foi reformado por Francisco?
Difícil saber com certeza. Como tendência, podemos supor que um papa
passadista, nostálgico de uma Igreja já não mais existente, alguém com apego extremo aos dogmas católicos e a uma leitura tradicionalíssima desses dogmas, não terá espaço ou muito dificilmente o terá.
Mais uma vez como simples tendencia, se vê no horizonte um papa que não irá deitar por terra as várias mudanças trazidas pelo pontificado de Francisco, até porque, sejamos francos e práticos, estamos falando de 12 (doze) anos de papado franciscano, e reverter tudo o que foi construído neste período é algo bastante improvável.
É também pouco crível seja escolhido um papa progressista de fato, um
subversivo dos ditames eclesiásticos mais relevantes da Igreja, alguém com um projeto revolucionário debaixo do braço. Não vai acontecer.
A expectativa é de uma escolha em breve espaço de tempo. Veremos então quem estará à frente do trono de Pedro de forma vitalícia.
IG Último Segundo