
Lula (E) e Donald Trump (D)
Donald Trump conseguiu até agora o que nem Sidônio Palmeira conseguiu: dar a Lula um discurso e um projeto que a maioria da população entendesse, apoiasse e se engajasse.
O presidente tentou a carta com a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Turbinou projetos como o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos.
E mesmo assim passou longe de recuperar a popularidade perdida em dois anos e meio de mandato.
Mas bastou o chefe da Casa Branca anunciar uma guerra comercial contra o Brasil que o jogo começou a virar.
Lula respondeu no mesmo dia que aplicaria o princípio de reciprocidade às maldades prometidas pelo presidente dos EUA sobre as exportações brasileiras.
Isso enquanto a família Bolsonaro ria e dizia: “vocês ainda não viram nada”.
Era uma forma de se ancorar no amigo grandalhão que prometia devorar não só adversários, mas parte da população que entendeu a ofensiva (e a ofensa) e reagiu.
Até o senador Hamilton Mourão, ex-presidente do governo Bolsonaro, chiou e disse não aceitar interferências externas no país.
Resultado: a desaprovação do governo Lula caiu e chegou a 53%, segundo o instituto Quaest divulgada nesta quarta-feira (16).
Já a aprovação subiu e chegou a 43%.
Os índices do levantamento anterior eram de 57% e 40%, respectivamente.
Trump conseguiu provar assim que não há nada mais efetivo para um governante que busca unir a população do que um inimigo comum.
E, pelas primeiras reações após o pedido de condenação de Bolsonaro pela PGR, ele está longe de deixar o oponente em paz.
Lula agradece.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG
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