
Centro-Oeste e interior do Sudeste devem enfrentar forte calor
Agosto, último mês do inverno no Brasil, deve ser marcado por tempo seco e muito quente no Centro-Oeste e interior do Sudeste, enquanto o Sul enfrentará variações bruscas de temperatura e aumento no risco de temporais, segundo análise da MetSul Meteorologia com base em dados do Centro Meteorológico Europeu e do órgão meteorológico dos Estados Unidos (NOAA).
O cenário climático ocorre sob neutralidade do Pacífico, ou seja, sem influência do El Niño ou La Niña.
Com o fim do trimestre de inverno se aproximando, agosto já apresenta características de primavera, como o aumento gradual das temperaturas.
Em cidades como Cuiabá, os termômetros devem frequentemente marcar perto ou acima de 40°C.
No Sudeste, o calor será mais intenso em áreas afastadas do litoral, como o interior de São Paulo e o Triângulo Mineiro, onde também são esperados baixos níveis de umidade relativa do ar.
A região Sul, por sua vez, terá um mês de grande variabilidade térmica. A primeira quinzena tende a ser mais fria, enquanto a segunda metade terá dias mais quentes, inclusive com marcas acima da média.
Estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem registrar volumes de chuva perto ou abaixo da média, mas com possibilidade de precipitações localizadas acima do normal em áreas do Oeste.
Já o Paraná, assim como boa parte do Sudeste e Centro-Oeste, seguirá com baixos índices de chuva, exceto em pontos próximos ao litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e leste de Minas Gerais.
Agosto tem histórico de extremos climáticos
A MetSul destaca que agosto é historicamente marcado por extremos climáticos. Há registros de grandes enchentes, como em 1965 no Norte gaúcho, e de fortes nevascas, inclusive na capital Porto Alegre.
Ainda que a previsão não aponte para eventos tão intensos neste ano, o avanço da chamada Oscilação de Madden-Julian na última semana do mês pode aumentar a instabilidade e gerar episódios de tempo severo, especialmente no Sul.
Outro ponto crítico em agosto é a intensificação das queimadas no Cerrado e no Pantanal, agravadas pela escassez de chuvas, baixa umidade e calor excessivo. No Mato Grosso, por exemplo, o calor seco será persistente ao longo do mês.
O risco de fogo também é alto nos Campos de Cima da Serra e no Planalto Sul Catarinense, onde ainda se utiliza, de forma controversa, a queima do campo como técnica de manejo.
Segundo a NOAA, a temperatura do mar no Pacífico Equatorial Central-Leste está em 0,2ºC, dentro da faixa de neutralidade. No trecho mais próximo da costa do Peru e Equador, a anomalia é de 0,6ºC, um leve aquecimento que tende a oscilar bastante.
Esse padrão neutro deve se manter ao longo do mês, o que significa ausência de influência direta de fenômenos como El Niño ou La Niña sobre o clima.
Com o aumento da variação entre massas de ar frio e quente, o Sul do país também deve registrar mais tempestades a partir de agosto. A expectativa é de crescimento nas ocorrências de granizo, vendavais e chuva intensa em curto período, sobretudo na segunda metade do mês.
A MetSul alerta ainda para a possibilidade de formação de ciclones extratropicais no Atlântico Sul, comuns nesta época do ano. Embora a maioria se forme mais ao sul, a última semana de agosto ou o início de setembro pode exigir atenção para a ciclogênese.
IG Último Segundo