Estudo traça US$ 9 trilhões em prejuízos por ondas de calor a cinco petroleiras
Um estudo publicado na revista Nature, em abril, apontou que as emissões de dióxido de carbono e metano da Saudi Aramco, Gazprom, Chevron, ExxonMobil e BP causaram cerca de US$ 9 trilhões (R$ 51,1 trilhões) em prejuízos econômicos globais devido ao aumento de ondas de calor entre 1991 e 2020.
A pesquisa analisou as perdas financeiras associadas somente ao calor extremo, ligando-as às emissões de mais de 100 grandes produtoras de combustíveis fósseis e cimento(os chamados “carbon majors”).
Segundo os autores, sem essas emissões, a economia mundial seria cerca de US$ 28 trilhões(R$ 159,2 trilhões) mais rica — valor equivalente ao PIB anual dos EUA — ao fim de 2020.
“Este trabalho ajuda a construir a base para responsabilizar quem mais contribuiu para os danos climáticos por suas consequências”, afirmou Delta Merner, cientista-chefe do Union of Concerned Scientists.
“As cortes estão cada vez mais perguntando não apenas se a mudança climática causou danos, mas quem é responsável ”, acrescentou Merner.
“Este modelo pode ajudar as pessoas a buscar responsabilização climática em diferentes níveis”, disse Justin Mankin, professor associado de geografia em Dartmouth, ressaltando que o estudo traz uma metodologia alinhada a padrões legais de causalidade.
Perspectivas e limitações
Os pesquisadores alertam que os US$ 9 trilhões (R$ 51,1 trilhões) representam estimativas conservadoras, pois o foco foi apenas no calor extremo.
“Quando você considera impactos adicionais como inundações, elevação do nível do mar e incêndios florestais, os danos totais atribuíveis à indústria de combustíveis fósseis podem ser muito maiores”, afirmou Merner.
IG Último Segundo