Centrão domina mais da metade das cidades; PL e Republicanos crescem e PSDB cai em SP


Partidos do Centrão conquistam a maioria das prefeituras em primeiro turno
José Cruz/Agência Brasil – 27/11/2023

Partidos do Centrão conquistam a maioria das prefeituras em primeiro turno

O PSD, o MDB, o PP e o União Brasil, partidos que juntos compõem o Centrão , conquistaram mais da metade (cerca de 54%) das prefeituras do país no pleito deste domingo (6), elegendo mais de 3 mil prefeitos no primeiro turno.

Entre os partidos do grupo, o PSD foi o que mais cresceu em número de prefeituras – cerca de 35%, segundo dados do TSE. O MDB e o PP, por sua vez, subiram 8%. O União Brasil, partido ‘caçula’ criado em 2021 a partir da junção do DEM com o PSL, teve uma alta de 4% em relação às eleições municipais de 2020.

Em alguns estados, a presença do Centrão passa de 80% das cidades. Em Alagoas, chega a 90% – para se ter noção, apenas o MDB elegeu representantes em 65 das 102 prefeituras alagoanas.

PSD desbanca PSDB e MDB e se torna principal força do Centrão

A principal força municipal do Centrão é o PSD, que pela primeira vez em 20 anos desbancou o MDB e elegeu o maior número de prefeitos no país. Fundado em 2011, o partido de Kassab fechou as eleições de 2012 com 500 prefeitos eleitos – neste ano, o número saltou para 878.

Além disso, quatro estados em especial demonstram a força do PSD nas eleições municipais: cerca de 70% das prefeituras com líderes filiados à sigla são de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia. Dessa forma, o partido se tornou o principal partido do território paulista, desbancando o PSDB, sigla que historicamente ocupava o primeiro lugar. 

PL e Republicanos são os que mais cresceram

Em comparação ao resultado de 2020, o PL, partido de Jair Bolsonaro, foi o que mais cresceu em número de prefeitos : o número saltou dos 340 do último pleito para 510 prefeitos eleitos neste ano. Apesar do avanço, que lhe rendeu o quinto lugar entre os partidos mais fortes no âmbito municipal, a sigla não atingiu a meta que havia estabelecido para si própria, de eleger mil prefeitos.

O Republicanos, por sua vez, dobrou de tamanho (alta de 106%) e se tornou o sexto principal partido municipal. Em 2020, a sigla elegeu pouco mais de 200 prefeitos e, neste ano, o número saltou para 430 prefeitos eleitos no primeiro turno. De cada dez eleitos pelo Republicanos este ano, seis estão em quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Paraíba.

PSDB consuma sua queda em São Paulo

O PSDB, por anos considerado a principal força partidária do estado de São Paulo, consumou sua baixa nas eleições deste ano: a sigla perdeu 48% das cadeiras e conseguiu eleger apenas 276 prefeitos, o pior feito para o partido.

Além disso, caiu de primeiro para o oitavo lugar no ranking das siglas em São Paulo, com resultados pífios em diversas prefeituras – como a da capital, onde José Luiz Datena conquistou apenas 1,84% dos votos. Ao todo, o PSDB elegeu apenas 21 prefeitos nas cidades paulistas.

O resultado contrasta com as quase 790 vagas conquistadas pelos tucanos em primeiro turno no ano de 2016, quando a sigla atingiu seu auge, e em 2020, quando já registrava uma baixa, mas conseguiu garantir sua influência com a eleição de Bruno Covas na capital paulista.

PT cresce, mas não obtém lugar de destaque

O PT também aumentou em 39% o número de prefeitos eleitos no pleito de 2024, revertendo parte da queda que sofria desde a Operação Lava Jato. Em 2020, o partido elegeu menos de 180 prefeituras, ante as 252 eleitas em 2024. Desta forma, a sigla ficou em nono lugar no ranking dos partidos.

As vitórias mais importantes da sigla foram em Contagem e Juiz de Fora, ambas em Minas. O PT também vai disputar 13 segundos turnos — o segundo maior número, só atrás do PL. Entre as cidades, Fortaleza, Porto Alegre, Natal e Cuiabá.

Maior queda foi do PDT

A principal queda entre os partidos foi do PDT, que teve sua presença municipal reduzida pela metade. Em 2020, a sigla elegeu cerca de 310 prefeitos, enquanto neste ano conseguiu apenas 148. Foi a maior queda entre os dez maiores partidos.

Um dos principais motivos para o desempenho abaixo da média da sigla foi o rompimento entre os irmãos Ciro e Cid Gomes, que fez o reduto do partido implodir no seu principal reduto, o Ceará. Com a saída de Cid e sua filiação ao PSD, o PDT perdeu uma série de aliados e representantes municipais.

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