Caso Jeffrey Epstein retorna ao radar da opinião pública dos EUA


O financista bilionário Jeffrey Epstein, que morreu na cadeia em 2019
Reprodução/New York State Division of Criminal Justic

O financista bilionário Jeffrey Epstein, que morreu na cadeia em 2019

A polêmica envolvendo uma suposta lista de clientes de Jeffrey Epstein  e as teorias conspiratórias relacionadas à sua morte, em 2019, voltam a agitar os Estados Unidos.

O financista bilionário que era próximo de poderosos, entre eles o presidente Donald Trump, se tornou conhecido por sua ligação com uma rede de tráfico sexual de menores. Preso em julho de 2019, foi encontrado morto na prisão, um mês depois.

A agitação em torno do caso recomeçou semana passada, quando o Departamento de Justiça e o FBI publicaram um relatório afirmando que não existia “lista de clientes” nem “evidências confiáveis” de que Epstein chantageava pessoas proeminentes.

O relatório também confirmou a causa da morte como suicídio.

Enquanto a Justiça apresenta suas conclusões a respeito do caso, o presidente Trump tenta conter críticas de sua base de aliados sobre o tratamento de seu governo em relação a documentos ligados a Epstein.

Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu liberar arquivos relacionados à morte de Epstein, que tem sido alvo de teorias conspiratórias desde que ele morreu.

Recentemente, o presidente criticou apoiadores que acreditam em teorias da conspiração relacionadas a Jeffrey Epstein, piorando ainda mais o clima com sua base.

O fato é que o Departamento de Justiça e o FBI jogaram um balde de água fria em quem esperava a tal lista e reviravoltas em torno da causa da morte.

Mudanças na promotoria

Na Promotoria Federal, também houve mudanças envolvendo profissioais que atuaram no caso Epstein.

Nesta última quarta-feira (17), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos demitiu Maurene Comey, uma promotora assistente que trabalhou no caso Epstein e outros casos polêmicos.

A promotora federal no Distrito Sul de Nova York por quase uma década esteve, recentemente, no caso contra o magnata da música Sean Combs, conhecido como P. Diddy.

Enquanto isso, a opinião pública se mostra descrente da posição do governo Trump em relação ao caso.

Uma pequisa recente, realizada pela agência Reuters em parceria com o Instituto Ysons, revelou que 69% dos americanos acreditam que o governo Trump está ocultando informações sobre clientes ligados financeiramente a Epstein.

Além disso, a pesquisa destacou que apenas 17% dos americanos aprovam a forma como Trump está lidando com o caso Epstein, o que representa o menor índice de aprovação do presidente em qualquer tema abordado entre eleitores republicanos.

Quem era Jeffrey Epstein

Jeffrey Epstein foi um empresário e financista americano que se tornou conhecido por sua ligação com uma vasta rede de tráfico sexual de menores.

Fez carreira e fortuna no mercado financeiro, o que expandiu seu círculo social.

Ele acabou se aproximando de milionários de Wall Street, membros da realeza, empresários e celebridades.

Começou a ser investigado em 2005, após a polícia de Palm Beach, na Flórida, receber denúncias de abusos sexuais contra garotas menores de idade.

Na época, ele alegou que os encontros foram consensuais e que acreditava que as vítimas tinham 18 anos.

Segundo a acusação, o bilionário abusou de menores ou recrutou garotas para atos sexuais entre 2002 e 2005.

Já em 2008, ele se declarou culpado do crime de exploração de menores e fechou um acordo para cumprir 13 meses de prisão e pagar indenizações às vítimas.

Mas, em fevereiro de 2019, a Justiça da da Flórida considerou o acordo era ilegal e ele foi preso em julho do mesmo ano, criminalmente acusado por abuso de menores e por operar uma rede de exploração sexual.

Um mês depois, foi encontrado morto na prisão e autópsia concluiu que ele tirou a própria vida.

Após a morte do empresário, as acusações contra ele foram retiradas. No entanto, os procuradores afirmaram que poderiam acusar outras pessoas envolvidas no esquema. Advogados das vítimas também prometeram buscar indenização nos tribunais.

Durante o processo, mais de 150 nomes foram citados, entre eles Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, e o  do príncipe britânico Andrew.



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