Carla Zambelli diz que prisão é ilegal e alega perseguição


Carla Zambelli (E) e Alexandre de Moraes (D)
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Carla Zambelli (E) e Alexandre de Moraes (D)

A deputada federal Carla Zambelli (PL) afirmou nesta quarta-feira (4) que a decisão de sua prisão preventiva  é “ilegal, inconstitucional e autoritária” e que está sendo vítima de uma perseguição política no Brasil.

A declaração foi divulgada em nota enviada ao Portal iG, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a medida com base em um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

“Nossa Constituição é clara: um deputado federal só pode ser preso em flagrante e por crime inafiançável. Nada disso ocorreu. Ainda assim, um único ministro decidiu, de forma monocrática, rasgar o devido processo legal, ignorar a imunidade parlamentar e violentar a democracia” , disse a deputada. Ela também criticou o fato de a decisão ter sido tomada individualmente:  “Uma medida dessa gravidade jamais poderia ser tomada de forma monocrática” , afirmou.

Zambelli destacou ainda que sua família foi diretamente atingida pelas decisões judiciais. “O mais grave foi o ataque à minha família” , declarou. Ela denunciou que o ministro mandou bloquear a conta de Instagram de seu filho, João Zambelli, de 17 anos. “Com isso, não atacou apenas a deputada ou a cidadã Carla Zambelli. Ele atacou uma mãe.”

Segundo a nota, a mãe da deputada, Rita Zambelli, que é pré-candidata a deputada federal, também teve perfis bloqueados. “Ao fazer isso, atinge não apenas a cidadã, mas também a filha” .

“Esses títulos — de mãe, de filha e de deputada — me foram dados por Deus e pelo povo” , completou a parlamentar, que prometeu denunciar o caso em fóruns internacionais. “Denunciarei esse abuso, essa perseguição e essa escalada autoritária em todos os fóruns internacionais possíveis. O mundo precisa saber que, no Brasil, ministros do Supremo agem como imperadores, atropelando leis, calando vozes, destruindo famílias”.

Segundo Moraes, a prisão foi determinada com base na “fuga do distrito da culpa” , ou seja, na intenção de Zambelli de se esquivar da aplicação da lei penal. Ele afirmou que há jurisprudência do STF que autoriza prisões preventivas em casos como esse.

Além da prisão, a decisão também determina o bloqueio dos passaportes da deputada, incluindo o passaporte diplomático, bem como o congelamento de salários, bens, ativos, contas bancárias e veículos, inclusive embarcações e aeronaves que estiverem em seu nome.

O STF também determinou que sejam suspensas todas as contas de Zambelli em redes sociais como Instagram, Facebook, X, TikTok, LinkedIn e Gettr. Foi estipulada ainda uma multa diária de R$ 50 mil para o caso de publicações que repitam as condutas consideradas criminosas.

O governo brasileiro também deve acionar a Interpol para incluir o nome de Zambelli na lista vermelha de procurados. O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi notificado da decisão para que a Casa adote as providências necessárias em relação ao salário da parlamentar.



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