cada vida, para Israel, vale um mundo inteiro


Bandeira de Israel
Reprodução: Flickr

Bandeira de Israel

acordo de cessar-fogo firmado entre Israel e o grupo terrorista Hamas poderia ter acontecido há muito tempo. Bastaria que os reféns inocentes, sequestrados no massacre de 7 de outubro de 2023, tivessem sido libertados. Esse massacre foi o estopim de uma guerra cruel: terroristas invadiram Israel, assassinaram brutalmente homens, mulheres, crianças e idosos, e raptaram centenas de pessoas, levando-as para Gaza em condições desumanas. Desde então, Israel não luta por conquista territorial, mas pela defesa de seu povo, de sua segurança e da própria sobrevivência. Nenhuma ideologia, cálculo político ou disputa territorial pode justificar a perda constante de vidas inocentes. O cessar-fogo representa, antes de tudo, uma pausa necessária para que famílias respirem, hospitais voltem a salvar vidas e crianças retornem às escolas. A mensagem é clara: a vida humana está acima da guerra.

Mas o acordo tem um custo doloroso. Para receber de volta 48 reféns — alguns vivos, outros mortos —, Israel precisa libertar milhares de prisioneiros, muitos deles condenados por crimes bárbaros, inclusive assassinatos. É uma troca dura e injusta, que reforça a crueldade do inimigo, mas que também revela a essência judaica. O Talmud ensina: “Aquele que salva uma vida, salva o mundo inteiro.” É por essa razão que Israel aceita pagar o preço, porque, para nós, cada ser humano – seja de qual origem, fé ou etnia for – é insubstituível. Essa escolha demonstra, mais uma vez, que Israel não abandona seus filhos. Porém, a libertação de assassinos é também um fardo estratégico e moral. Ela fortalece os discursos de ódio do Hamas e mostra ao mundo que o inimigo não negocia em boa-fé, mas com chantagem.

O acordo é frágil. Ele prevê libertação de reféns e entrada de ajuda humanitária, mas deixa perguntas abertas: qual o futuro de Gaza? Como será garantida a segurança de Israel? Qual será a responsabilidade da comunidade internacional na fiscalização? A diplomacia conquistou uma vitória rara, mas a desconfiança continua sendo a marca desse conflito. O planeta assiste atento. Estados Unidos, Egito, Catar e outros países foram peças centrais nas negociações. A pressão internacional foi essencial para arrancar esse acordo, mas ela não pode parar agora. A paz só terá chance se houver monitoramento contínuo e exigência real de compromissos concretos. É hora de a comunidade internacional demonstrar que seu clamor por paz vai além de discursos.

Este cessar-fogo é mais do que uma pausa. É um teste. Um teste de humanidade para todos os envolvidos. É a chance de transformar ódio em diálogo e de construir um futuro que não dependa de cemitérios para contar sua história. Como rabino, oro para que esse seja o primeiro passo de uma caminhada longa, mas necessária. Como cidadão do mundo, peço que líderes e povos não desperdicem essa rara oportunidade. E, como judeu, espero que as mentiras e o irracional antissemitismo se encerrem junto com as bombas. Porque paz não é apenas ausência de tiros. Paz é presença de justiça, de dignidade, de respeito e de vida.

Rabino Sany Sonnenreich

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Divulgação

Rabino Sany Sonnenreich

Presidente do Instituto Rav Sany de Comunicação e Cultura Judaica
Rav Sany é neto de sobreviventes do Holocausto e concluiu sua formação rabínica em Israel, pelo respeitado Instituto Ner Le Élef. Durante oito anos mergulhou nos estudos da Torá e da Cabalá ao lado de grandes mestres, desenvolvendo uma visão profunda, contemporânea e acessível da sabedoria milenar judaica. É presidente do Instituto Rav Sany de Comunicação e Cultura Judaica, referência nacional na promoção dos valores judaicos. Também lidera o Grupo Sonnen, uma holding que une empreendedorismo, espiritualidade e impacto real, com destaque para o exclusivo Rav Sany Prime Club, ecossistema de conexões estratégicas para CEOs extraordinários. Na televisão, Rav Sany apresenta o programa Rav Sany Live Show, exibido em rede nacional, em que entrevista personalidades, compartilha ensinamentos judaicos com alegria e inspira milhares de lares brasileiros. Como escritor, é autor das obras “Já pensou nisso?” e “Os 7 portais da Cabalá nos negócios”, além de marcar forte presença nas redes sociais, atingindo públicos diversos com suas mensagens de sabedoria, alegria e transformação.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG



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