
Borboletas se adaptam para ter segundas ‘cabeças’ que confundem predadores
Muitas espécies de borboletas desenvolveram estruturas nas asas que imitam cabeças falsas como forma de confundir predadores, segundo uma nova pesquisa publicada na revista Proceedings of the Royal Society B.
O estudo, realizado por cientistas do Instituto Indiano de Educação e Pesquisa Científica (IISER), reconstruiu a evolução desses traços e mostrou que a aparência de uma segunda cabeça surgiu a partir da combinação de características distintas que foram sendo adquiridas ao longo do tempo.
Pesquisas anteriores já apontavam que essas “cabeças falsas”, localizadas na parte traseira das asas, atraem os ataques de predadores para longe da cabeça real da borboleta, uma região vital para funções como voo e reprodução.
No entanto, ainda não havia um mapeamento completo de como e quando esses traços surgiram na história evolutiva desses insetos.
Como foi feita a pesquisa
Os pesquisadores analisaram imagens de cerca de mil espécies de borboletas, identificando quais traços relacionados à falsa cabeça estavam presentes em cada uma.
Em seguida, eles construíram uma árvore filogenética para visualizar o parentesco entre as espécies e a ordem em que os traços evoluíram.
A modelagem computacional dessa árvore revelou que quatro das cinco características associadas à falsa cabeça, antenas falsas, contorno semelhante ao de uma cabeça, coloração chamativa e manchas brilhantes nas asas, evoluíram de maneira interligada.
O primeiro traço a surgir foi a coloração marcante nas asas, seguido por padrões com linhas convergentes. Em etapas seguintes, surgiram as antenas falsas e as manchas brilhantes, culminando em padrões que reforçam o contorno da cabeça simulada.
Segundo os autores, a pressão seletiva imposta por predadores foi o fator comum que levou essas características a se unirem, formando um mecanismo de defesa complexo.
Ainda assim, os cientistas reconhecem que há dúvidas sobre quais são exatamente as vantagens conferidas por cada um desses traços nas diferentes espécies.
IG Último Segundo