Bombardeio destrói hospital da Médicos Sem Fronteiras na África


O ataque comprometeu gravemente a capacidade de oferecer cuidados que salvam vidas em Old Fangak
Médicos Sem Fronteiras/X

O ataque comprometeu gravemente a capacidade de oferecer cuidados que salvam vidas em Old Fangak

Neste sábado (3), helicópteros de ataque bombardearam a farmácia de um hospital administrado pela organização humanitária internacional, Médicos Sem Fronteiras, em Old Fangak, no Sudão do Sul, deixando pelo menos sete mortos e 20 feridos e destruindo todos os estoques de medicamentos.

Em seguida, um drone atacou o mercado da cidade, prolongando o tiroteio por cerca de 30 minutos.

Em comunicado, a Médicos Sem Fronteiras, classificou o episódio como “uma clara violação do direito internacional humanitário”, ressaltando que todas as suas instalações tinham coordenadas via satélite compartilhadas com o governo local e as milícias.

Segundo Mamman Mustapha, porta-voz da ONG, “Este ataque comprometeu gravemente nossa capacidade de oferecer cuidados que salvam vidas em Old Fangak – o único hospital que atende mais de 110 mil pessoas na região.”

Ainda não há confirmação sobre os autores: uma autoridade local, Biel Boutros Biel, afirmou em declaração gravada que o bombardeio foi realizado por equipamento “que pertencem ao governo do Sudão do Sul”, mas essa informação segue em apuração.

Contexto do conflito

O Sudão do Sul, que conquistou independência em 2011, viveu guerra civil entre 2013 e 2018 que deixou cerca de 400 mil mortos.

Recentemente, cresceu o temor de retomada dos combates após a prisão, por ordem do presidente Salva Kiir Mayardit, de seu rival histórico e vice-presidente Riek Machar, intensificando tensões étnicas que já motivaram confrontos sangrentos.



IG Último Segundo