Bolsonaro temia escuta ao tentar romper tornozeleira, diz aliada


Bolsonaro temia
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Bolsonaro temia “escuta” em tornozeleira eletrônica, diz deputada

Preso preventivamente no último sábado (22) pela Polícia Federal , o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) temia existir uma “escuta” em sua tornozeleira eletrônica, de acordo com a deputada federal Bia Kicis (PL). A declaração da deputada foi feita através das redes sociais.

“A tornozeleira começou a fazer um barulho, ele estranhou, achou que pudesse haver uma escuta naquela tornozeleira. Então, ele tentou abrir”, disse a deputada. “Ele podia ter cortado a pulseira, que não é de ferro, mas não tentou tirar; ele quis abrir para ver o que tinha dentro”, acrescentou.

“Ele está sob efeito de remédios fortíssimos. Então, é claro que ele está abalado, não só física, como emocionalmente. Depois que a Polícia Federal entrou na casa dele e trocou a tornozeleira […] ele não negou que tentou abrir com um ferro de solda quente”, afirmou.

Deputada federal Bia Kicis
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Deputada federal Bia Kicis

Entenda a prisão de Bolsonaro

Na determinação que fundamentou a ação da Polícia Federal, o ministro Alexandre de Moraes citou uma vigília sugerida por filhos e familiares do ex-presidente, além da tentativa de violação da tornozeleira eletrônica, como dispositivos para decretar a prisão. De acordo com o despacho, a ação serviria como risco à ordem pública.

Bolsonaro terá direito a mais uma defesa, que deverá ser apresentada até a segunda-feira (24). Em caso de rejeição, o ex-presidente começaria a cumprir a pena de condenação inicial, de 27 anos e três meses de prisão.

Audiência de custódia

O ex-presidente passa por audiência de custódia neste domingo (23), um dia após ter sido preso pela Polícia Federal. 

A audiência de custódia é um procedimento padrão da Justiça brasileira e serve para verificar se a prisão ocorreu dentro da legalidade, além de avaliar se houve qualquer irregularidade no momento da detenção. Desde março de 2023, o STF tornou esse tipo de audiência obrigatória para todas as modalidades de prisão, e não apenas para casos de flagrante.

Pela regra, a sessão deve acontecer em até 24 horas após a prisão. Participam do ato o juiz responsável, o preso, seu advogado ou a Defensoria Pública e um representante do Ministério Público.

No caso de Bolsonaro, a audiência será feita de forma remota, sem transmissão ao público. A condução ficará a cargo de um juiz auxiliar ligado ao gabinete de Alexandre de Moraes, que também é o relator dos inquéritos que envolvem o ex-presidente.

Após a audiência, o magistrado poderá tomar três decisões: manter a prisão, conceder liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares, ou relaxar a prisão, caso encontre alguma falha no procedimento.



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