
Bolsonaro usou mesmo termo utilizado por Lula no passado
A defesa de Jair Bolsonaro(PL) adotou a mesma linha jurídica utilizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) durante a Operação Lava Jato e passou a alegar “lawfare” nas ações que correm no STF(Supremo Tribunal Federal).
O argumento, apresentado nesta sexta-feira (22) ao ministro Alexandre de Moraes, relator do Inquérito 4995, sustenta que a investigação da Polícia Federal contra Bolsonaro seria conduzida com finalidade política e efeito de desgaste público.
O termo já havia sido central na estratégia de Lula, que em 2018 foi condenado e preso no caso do triplex do Guarujá. À época, sua defesa afirmou que o processo resultava de perseguição judicial e parcialidade do então juiz Sérgio Moro.
Em 2021, o STF reconheceu a suspeição de Moro e anulou as condenações, devolvendo os direitos políticos ao petista e viabilizando sua candidatura vitoriosa em 2022.
Versão de Bolsonaro

Bolsonaro é alvo da justiça
No caso de Bolsonaro, seus advogados afirmam que a PF expôs conversas privadas, registros financeiros e transferências de dinheiro, transmitindo os dados à imprensa de forma indevida.
Entre os elementos do relatório está um rascunho de solicitação de asilo político ao presidente da Argentina, datado de fevereiro de 2024. Para a Polícia Federal, o documento indicaria tentativa de fuga.
A defesa afirma que o ex-presidente permaneceu no país, cumprindo medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica e prisão domiciliar.
Outro ponto citado é o recebimento de mensagem por SMS de um número atribuído ao general Walter Braga Netto, de quem Bolsonaro está proibido de se aproximar.
Os advogados alegam que não houve resposta e, portanto, não se caracterizaria violação das restrições impostas. A PF, porém, incluiu o episódio como indício de manutenção de vínculo.
Com a invocação do “lawfare”, os defensores de Bolsonaro pediram a revisão da prisão domiciliar ou, em alternativa, o julgamento do recurso já protocolado no Supremo.
IG Último Segundo