Ex-presidente protestou em Copacabana e defendeu os condenados pelos atos antidemocráticos
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou, na manhã deste domingo (16), na orla de Copacabana, e pediu anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Diante de uma multidão de apoiadores, ele afirmou que essas pessoas são “inocentes” e que vivem uma “injustiça”.
Ao subir no trio elétrico, Bolsonaro foi recebido com gritos de “Mito!” e teve sua entrada marcada pelo remix da música Baile de Favela. Durante o discurso, ele citou mulheres presas que estariam impossibilitadas de ver os filhos e criticou a atuação da Justiça.
“Jamais esperava um dia estar lutando por anistia de pessoas de bem, de pessoas que não cometeram nenhum ato de maldade”, afirmou. Ele também mencionou brasileiros que buscaram refúgio em outros países por medo de perseguição política.
Em um momento do evento, Bolsonaro interrompeu a fala para pedir ajuda do Corpo de Bombeiros a uma apoiadora que passou mal na multidão. Durante o resgate, os gritos em apoio ao ex-presidente voltaram a se intensificar.
Ao retomar o discurso, Bolsonaro mencionou sua iminente chegada aos 70 anos e aproveitou para reforçar sua defesa contra as acusações que enfrentou. “Todas as narrativas contra mim foram para o espaço. Marielle Franco, Baleia, imóveis no Vale do Ribeira, imóveis no Alvorada, joias, vacina. Tudo foi embora. Sobrou a fumaça do golpe”, disse.
Ao subir no trio elétrico, Bolsonaro foi recebido com gritos de “Mito!”
Ele também voltou a questionar o resultado das eleições de 2022 e mencionou o inquérito 1361/2018, conduzido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que trata de supostas fraudes no pleito de 2018. “Se a divulgação desse inquérito for o início do golpe, o povo tem que saber o que está nesse inquérito”, declarou.
O ex-presidente acusou Moraes de agir para prejudicá-lo e afirmou que a Justiça Eleitoral teve “mão pesada” na eleição. Ele sugeriu que a imprensa deveria investigar o inquérito e se ofereceu para falar sobre o assunto na TV aberta, ironizando a TV Globo.
Ao longo do evento, Bolsonaro também ironizou ministros do governo Lula e comparou sua gestão com a atual. Em tom provocativo, questionou: “Dá para comparar a Janja com a Michelle?”.
O ato contou com a presença de governadores aliados, como Cláudio Castro (PL-RJ), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Mello (PL-SC) e Mauro Mendes (União-MT), além do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e dos filhos do ex-presidente, Eduardo e Flávio Bolsonaro.
Ao final do discurso, Bolsonaro reforçou o pedido de anistia e convocou seus apoiadores para um novo protesto, marcado para 6 de abril em São Paulo. “Me deem 50% da Câmara e 50% do Senado que eu mudo o destino do nosso Brasil”, concluiu.
Ex-presidente voltou a questionar o resultado das eleições de 2022
IG Último Segundo