
Nas imagens, Barroso aparece dançando samba com sua namorada, a procuradora da Fazenda Nacional, Rita Dias Nolasco
Um dia depois do governo dos Estados Unidos revogar os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, foi filmado enquanto aproveita um fim de semana nos Lençóis Maranhenses. Em vídeo que circula nas redes sociais, o magistrado é visto dançando ao som de Benito di Paula, em um Beach Bar em Atins, povoado localizado em Barreirinhas.
Nas imagens, Barroso aparece dançando samba com sua namorada, a procuradora da Fazenda Nacional, Rita Dias Nolasco. Ao fundo, o responsável por gravar o vídeo, que não foi identificado, chama a atenção para a presença do ministro no local. “Olha ali, é o ministro Barroso, do Supremo”, exclama.
O momento de descontração ocorreu no sábado (19), após o secretário de Estado do governo dos EUA, Marco Rúbio, anunciar, na sexta-feira (18), a revogação de vistos de entrada no país norte-americano. O alvo principal da sanção foi o ministro Alexandre de Moraes, nominalmente citado na publicação feita por Rúbio.
A sanção foi extendida aos familiares mais próximos de Moraes e a outros ministros do STF, incluindo Barroso, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flavio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Gilmar Mendes, todos do STF. Com isso, somente André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques ficaram de fora das medidas impostas por Trump.
Nos comentários da publicação em que Barroso aparece dançando com a namorada, os internautas apontaram a tranquilidade do ministro após ter o visto suspenso. Com a revogação, o magistrado e todos os afetados não podem viajar aos EUA.
“A gente vê a chateação estampada na cara dele”, ironizou um internauta.
“Ele está fazendo o que ele sempre fez. Estavam achando que ele ia deitar em posição fetal e chorar? Querendo ou não, é só um visto. Não afeta em nada a vida dele neste momento, a realidade é essa”, destacou outro perfil no X, antigo Twitter.
A decisão de Trump
O secretário Marco Rúbio ordenou a revogação dos vistos de Moraes e “seus aliados no tribunal, bem como de seus familiares próximos”, com efeito imediato.
Ao anunciar a medida, Rúbio ressaltou que Trump “deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”.
Além disso, o secretário citou que Moraes pratica uma “caça às bruxas política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que essa “perseguição” teria criado um complexo de “censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”.
A decisão foi considerada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como “arbitrária” e “sem fundamento”. “A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, declarou Lula por meio de suas redes sociais.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, classificou a revogação dos vistos como uma “afronta ao Poder Judiciário brasileiro e à soberania nacional”.
“Essa retaliação agressiva e mesquinha a uma decisão do Tribunal expõe o nível degradante da conspiração de Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro contra o nosso país. Não se envergonham do vexame internacional que provocaram no desespero de escapar da Justiça e da punição pelos crimes que cometeram”, disse Hoffmann.
Os afetados pela decisão, no entanto, não falaram publicamente sobre as sanções de Trump.
IG Último Segundo