
Ativista brasiliense é colocado em solitária após se recusar a assinar deportação
O ativista brasiliense Thiago Ávila foi colocado em uma cela solitária por autoridades israelenses nesta quarta-feira (11), em retaliação por sua recusa em assinar o documento de autodeportação e por ter iniciado uma greve de fome e sede. Ávila foi detido na segunda-feira (9), junto com outros integrantes da Flotilha da Liberdade, após o grupo ser interceptado pela Marinha de Israel em águas internacionais enquanto seguia em um veleiro com ajuda humanitária rumo à Faixa de Gaza.
De acordo com informações da família e da advogada de defesa, Thiago foi ameaçado de permanecer por até sete dias em uma cela escura, pequena, sem ar e sem acesso a contato com outras pessoas ou até mesmo com sua defesa. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que os ativistas seriam deportados e ironizou a ação chamando o veleiro de “Iate da Selfie”.O barco, chamado Madleen, transportava alimentos e remédios e contava com a presença de ativistas de diversos países, incluindo a ambientalista sueca Greta Thunberg.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, condenou a prisão de Thiago, a considerou uma violação do direito internacional e exigiu sua libertação imediata.
A prisão ocorreu após a recusa de Thiago em assinar um documento que reconheceria sua entrada ilegal em Israel, o que, segundo ele, seria uma admissão de culpa. A defesa argumenta que os ativistas estavam em uma embarcação civil desarmada, navegando legalmente em águas internacionais.
A ação de Israel contra os ativistas foi amplamente criticada. O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), no Brasil, classificou a interceptação do navio como um crime de guerra, destacando que impedir ajuda humanitária em uma zona de crise viola tratados internacionais. A entidade pediu a suspensão das relações diplomáticas e comerciais com Israel, além de denunciar que os ativistas foram “sequestrados em alto-mar”. Os oito ativistas que seguem detidos foram informados que estão banidos de Israel por 100 anos.
A esposa de Thiago, Lara Souza, declarou que a decisão de deportação foi confirmada por um tribunal israelense, mas que uma nova audiência foi marcada para 8 de julho, caso a deportação não ocorra até lá. A família segue sem poder falar com o ativista diretamente e expressa preocupação com seu estado de saúde e segurança.
Movimento em Brasília pede ação do governo
Ativistas brasilienses e organizações de direitos humanos estão se movimentando desde a última segunda-feira (9), quando a flotilha foi interceptada por Israel. Keka Bagno, coordenadora da Comissão de Direitos Humanos da CLDF, organizou um ato em frente ao Palácio do Planalto e segue exigindo a libertação imediata do brasiliense.
Em conversa com o GPS|Brasília, Keka prestou solidariedade ao Tiago Árvila e cobrou medidas mais drásticas do Estado brasileiro.
“As ativistas em defesa da democracia estão em defesa da liberdade, em defesa da soberania dos povos e da autodeterminação dos povos. A gente entende que se o nosso País se coloca contra essa guerra, contra esse genocídio, é fundamental que o Palácio do Planalto rompa com todos os acordos que têm com o Estado de Israel. É uma medida fundamental, é uma medida extrema que é importante de ser cumprida diante de uma medida radicalizada”.
Inspirados pela Flotilha da Liberdade, milhares de ativistas de mais de 50 países estão organizando uma marcha partindo do Egito em direção à fronteira com Gaza. O objetivo é denunciar o bloqueio israelense e exigir o livre acesso de ajuda humanitária à população palestina. A marcha global deve durar três dias e envolve caravanas de diversos continentes, incluindo países do Norte da África e da Europa. Enquanto isso, a família de Thiago Ávila, o governo brasileiro e organizações seguem pressionando por sua libertação e pelo fim das restrições humanitárias à Faixa de Gaza.
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