
Apagão na Europa atingiu Espanha, Portugal e partes da França, em abril deste ano
O apagão que deixou Espanha e Portugal sem energia elétrica em abril deste ano foi o mais grave registrado na Europa nas últimas duas décadas e o primeiro do tipo já documentado, segundo um relatório divulgado nesta sexta-feira (3) pela associação europeia de operadores de redes elétricas Entso-e.
Confira: Apagão em Portugal e Espanha foi causado por tensão em cascata
De acordo com o documento, divulgado por agências de notícias, a interrupção no fornecimento europeu foi provocada por uma série de “sobretensões em cascata”. Elas são os causados por aumentos súbitos de voltagem acima do limite seguro, que levaram à paralisação de diversas regiões dos dois países e chegou a afetar brevemente o sudoeste da França.
Primeiro do tipo
O presidente da Entso-e, Damian Cortinas, afirmou que esse foi o primeiro apagão conhecido causado por sobretensão, quando há excesso de carga elétrica em uma rede.
“É um território novo para nós. Nosso papel não é atribuir culpa a nenhuma das partes envolvidas” , disse Cortinas.
O blecaute, que durou quase um dia, causou grandes transtornos: áreas inteiras ficaram no escuro, internet e telefonia foram interrompidas, o transporte público parou e até mesmo o Madrid Open de Tênis precisou suspender partidas no meio dos jogos.
O governo espanhol classificou o relatório como “totalmente alinhado” com as conclusões de sua própria investigação, finalizada em junho, que atribuiu responsabilidade tanto à Red Eléctrica, operadora da rede nacional, quanto a empresas privadas de energia.
Falhas no sistema
As companhias de energia negam culpa. A Redeia, controladora da Red Eléctrica, afirmou que o problema foi causado pela falha de usinas a carvão, gás e nucleares em manter o nível adequado de voltagem. Já as empresas elétricas privadas culparam o planejamento deficiente da rede.
O relatório da Entso-e destacou que faltaram dados cruciais para a investigação e que coletar informações completas e confiáveis foi um grande desafio. Um relatório final, previsto para o primeiro trimestre de 2026, deve detalhar as causas da sobretensão e as medidas adotadas para tentar estabilizar o sistema.
IG Último Segundo