Animal azul gigante surge em caverna após 150 anos sumido


Monstro azul gigante surge em caverna após 150 anos sumido
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Monstro azul gigante surge em caverna após 150 anos sumido

Espeleólogos encontraram um enorme caranguejo azul em uma caverna na Índia, marcando a primeira vez que essa espécie ameaçada foi vista na região em 150 anos, segundo um estudo de referência publicado em 26 de maio no Journal of Threatened Taxa.

Os pesquisadores estavam explorando uma “pequena caverna” na ilha de Car Nicobar, a mais ao norte do arquipélago de Nicobar, na costa leste do subcontinente indiano, quando, por acaso, encontraram o animal de coloração azulada escondido em uma fenda, informou o Miami Herald.

O crustáceo é um caranguejo-dos-coqueiros, o maior artrópode terrestre do mundo, capaz de crescer até 90 centímetros de comprimento e pesar até 5 quilos.

O espécime encontrado, um macho, media cerca de 13 centímetros e pesava aproximadamente 1,2 quilo.

A espécie também é conhecida como “caranguejo-ladrão” devido à sua habilidade de abrir cocos com suas garras poderosas, cujo aperto já foi comparado à mordida de um leão.

Embora ainda seja encontrado em várias partes da região Indo-Pacífica, esse crustáceo especializado em quebrar cocos está à beira do desaparecimento, pressionado pela destruição de habitats, atividades humanas e desastres naturais como tsunamis.

Após o tsunami de 2004, que devastou ecossistemas no arquipélago de Andaman e Nicobar, cientistas foram à região para verificar quais espécies haviam sobrevivido. Eles encontraram caranguejos-dos-coqueiros em várias ilhas, mas não em Car Nicobar.

Esta nova descoberta é o primeiro registro confirmado da espécie na ilha desde 1874.

Os cientistas acreditam que esse indivíduo específico pode ter sido atraído por uma pilha de cocos e lixo humano nas proximidades, embora alertem que esse tipo de resíduo representa risco, pois “os caranguejos podem ficar presos ou ingerir materiais nocivos”.

Encontrar caranguejos-dos-coqueiros é um desafio, já que eles são noturnos e têm hábitos pouco compreendidos.

“Para espécies como o caranguejo-dos-coqueiros, que são raras, elusivas ou vivem em ambientes difíceis, avistamentos casuais oferecem informações valiosas sobre sua presença, comportamento e preferência de habitat, que de outra forma permaneceriam desconhecidas”, escreveram os pesquisadores.

Entre os hábitos mais curiosos da espécie está o que os cientistas chamam de “conversa de travesseiro”.

Utilizando filmes de raio-X e gravações de áudio digital, cientistas japoneses descobriram que esses invertebrados se comunicam durante o acasalamento com estalos e batidas, desde as preliminares, passando pelo clímax, até o equivalente crustáceo do “carinho pós-sexo”.



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