alunos fecham acordo e encerram ocupação da PUC em Perdizes


Parte dos alunos que ocupou o campus; organizadores comemoram resultado das negociações
Reprodução/redes sociais

Parte dos alunos que ocupou o campus; organizadores comemoram resultado das negociações

Os estudantes de vários cursos da  PUC-SP  que ocupavam o campus Monte Alegre, em Perdizes, na Zona Oeste da capital paulista, decidiram deixar o prédio, depois de reunião com a Fundação São Paulo, a Fundasp, mantenedora da universidade, na noite desta segunda-feira (26).

A mobilização teve início na última quarta-feira (21), organizada por Centros Acadêmicos, coletivos e entidades, em protesto a casos de “racismo acadêmico e da precarização das condições de permanência estudantil”.

Na sexta-feira (23), em resposta ao pedido de reintegração de posse dos prédios da universidade apresentado pela Fundasp, a  Justiça de São Paulo, determinou que a ocupação dos estudantes fosse desmobilizada, inclusive com uso de força policial, se necessário.

A liminar ainda estabelecia uma multa diária de R$ 100 mil caso os manifestantes não deixassem o local.

Durante o período de ocupação, segundo manifestantes, viaturas da polícia militar circularam pelo entorno do prédio, mas não houve confronto com os estudantes.

Desocupação

Nesta terça-feira (27), a desmobilização dos estudantes começou no período da manhã, cumprindo acordo firmado na noite anterior com o diretor executivo da Fundasp, o Padre José Rodolpho Perazzolo.

Os estudantes apresentaram as reivindicações e pediram à fundação para que o processo que tramita na Justiça fosse retirado. A Fundasp concordou pelo fim do caso, caso o campus fosse desocupado.

Também ficou acertada a concessão de bolsas de alimentação de 100% aos alunos bolsistas e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), além da continuidade das negociações das outras reivindicações.

“Além da garantia de que não haverá retaliação a estudantes, funcionários e professores que participaram da mobilização, também conseguimos outra importante vitória, que foi curso de letramento e formação de raça e gênero obrigatório para o corpo docente da universidade. Além da dupla gratuidade do bandejão para os alunos bolsistas e Fies. Foi uma mobilização vitoriosa”, comemoraram organizadores da manifestação, nas redes sociais.

Reitoria

Em nota encaminhada ao Portal iG, a Reitoria da PUC afirmou que não participou da reunião entre estudantes e Fundasp, somente intermediou as negociações.

Declarou que, ao longo desse período de ocupação, priorizou o respeito ao direito de manifestação e se manteve contrária à ação policial dentro do campus.

“As negociações conduzidas resultaram no atendimento de propostas que alinharam as demandas estudantis aos princípios e diretrizes institucionais, garantindo avanços para toda a comunidade puquiana”, afirmou.

Encerra dizendo que “segue ativa no aprofundamento e continuidade das discussões em prol de uma PUC-SP mais justa, inclusiva e academicamente fortalecida”.



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