Dois aliados de Maria Corina Machado, principal opositora política de Nicolás Maduro
, foram presos na Venezuela. A informação veio por meio do procurador-geral do país, Tarek Saab, na quarta-feira (20). A autoridade tamém disse que há mandados de prisão emitidos para sete outras pessoas ligadas a Machado.
Henry Alviarez, coordenador nacional do partido Vente Venezuela, que Machado faz parte; e Dignora Hernandez, secretária política do partido, foram detidos por suposto envolvimento em conspirações planejadas e violência nas ruas, ressaltou Saab na televisão estatal.
“O Ministério Público pediu nove prisões, duas foram realizadas”, pontuou o procurador.
Alviarez já tinha um mandado de prisão emitido contra ele em dezembro, mas este foi retirado logo após uma troca de prisioneiros entre os EUA e a Venezuela, na qual algumas figuras da oposição, assim como americanos detidos, foram libertados.
Eleições marcadas para julho
As detenções pioram um cenário tenso antes das eleições presidenciais marcadas para 28 de julho.
Machado venceu a disputa para ser a nomeação da oposição em outubro por uma vitória esmagadora, mas foi impedida de registar a sua candidatura.
Nos últimos três meses, quatro outros integrantes da campanha de Machado foram presos
sob acusações de conspiração, entre outros supostos crimes.
Machado e Vente Venezuela condenaram as prisões no X (antigo Twitter).
“Venezuelanos, peço-lhes força e coragem nestes tempos difíceis. Hoje, mais do que nunca, precisamos estar unidos e firmes para continuar avançando em direção aos nossos objetivos”, afirmou María Corina Machado.
Países se manifestam
O Uruguai, por meio de uma nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores, disse que a situação “confirmam a deterioração progressiva da situação política na Venezuela, uma escalada que corrobora o distanciamento definitivo do Acordo de Barbados pelo governo venezuelano.”
“O Uruguai condena essas ações arbitrárias e acompanha com preocupação e solidariedade estes acontecimentos nos quais, com as estruturas do Estado, avassalam os direitos humanos de opositores ao regime”, escreveu o governo de Luis Lacalle Pou.
A Argentina condenou “firmemente” a situação e expressou “completo repúdio” às prisões de Henry Alviarez e Dignora Hernández.
“A República Argentina exige ao governo da Venezuela a rápida libertação dos dirigentes presos
e que cesse as prisões arbitrárias de representantes da oposição”, disse a chancelaria de Javier Milei em comunicado.
O Paraguai, governado por Santiago Peña, manifestou que “lamenta a prisão arbitrária” de Alviarez e Hernández, e “se une às vozes que pedem a rápida libertação dos dirigentes presos e o fim da perseguição política aos membros dessa agrupação partidária”.
A Colômbia, governada por Gustavo Petro, manifestou por meio do chanceler interino, Luis Gilberto Murillo, “preocupação pelos efeitos que os últimos acontecimentos possam ter (…) no propósito de realizar eleições que permitam a participação de todas as forças políticas na Venezuela.”