Aliada de Epstein é ouvida pelo Departamento de Justiça dos EUA


O financista bilionário Jeffrey Epstein, que morreu na cadeia em 2019
Reprodução/New York State Division of Criminal Justic

O financista bilionário Jeffrey Epstein, que morreu na cadeia em 2019

A polêmica nos Estados Unidos sobre o escândalo dos arquivos de Jeffrey Epstein , envolvendo o presidente Donald Trump e seu governo, continuou nesta quinta-feira (24), com o encontro de autoridades do Departamento de Justiça com Ghislaine Maxwell, antiga aliada do bilionário acusado de crimes sexuais, já falecido.

Segundo as investigações, a socialite e ex-namorada de Epstein atuou no esquema mantido pelo milionário, além de incentivar e participar dos abusos de mulheres, algumas delas menores de idade.

De acordo com informações do jornal The Guardian, Todd Blanche, procurador-geral adjunto dos EUA, e advogados de Maxwell foram vistos chegando no Tribunal Federal da Flórida, em Tallahassee, na Flórida.

Maxwell está cumprindo pena de 20 anos por tráfico sexual e outros crimes em uma prisão federal na Flórida, após ser condenado em Nova York, no final de 2021.

Segundo os advogados da detenta, Blanche fez muitas perguntas e ela respondeu a todas, “com sinceridade, honestidade e da melhor maneira possível”.

Pressão política

A reunião aconteceu em meio à crescente pressão política e pública sobre o governo Trump para divulgar mais detalhes sobre a investigação de Epstein — algo que Trump e membros de seu governo haviam prometido.

Mark Epstein, irmão do financista, disse ao Guardian em uma entrevista que, se tivesse oportunidade, perguntaria a Maxwell “o que ela e Jeffrey poderiam saber sobre a sujeira de Donald Trump”.

Segundo ele, Jeffrey disse antes de morrer que tinha informações podres sobre Trump.

Novas evidências

Enquanto isso, o irmão de Maxwell, Ian Maxwell, disse ao New York Post que sua irmã estava preparando novas evidências antes de sua reunião com autoridades do Departamento de Justiça.

De acordo com seu irmão, ela apresentaria novas evidências materiais que não estavam disponíveis para a defesa em seu julgamento de 2021, o que teria tido um impacto significativo em seu resultado.

Quem era Epstein

Jeffrey Epstein, magnata financista norte-americano, foi encontrado morto em sua cela em Nova York em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual, acusações que ele negou.

Ele foi acusado de explorar e abusar sexualmente de dezenas de meninas menores de idade.

Epstein já havia sido oficialmente declarado criminoso sexual na Flórida, mas ressurgiu como uma figura significativa nos círculos empresariais e políticos dos EUA, nos anos seguintes, após fechar um acordo sobre as acusações criminais anteriores.

Documentos

O foco na possível associação de Trump com Epstein no passado surge depois que o Departamento de Justiça anunciou, no início deste mês, que não divulgaria mais documentos da investigação mais recente de Epstein — apesar das promessas anteriores do presidente dos EUA e da procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi.

O anúncio do Departamento de Justiça atraiu críticas e reações de ambos os lados do espectro político, incluindo alguns apoiadores de Trump e comentaristas conservadores, que acusaram o governo de estar envolvido em um encobrimento .

Durante anos, o caso Epstein tem sido alvo de inúmeras teorias da conspiração, em parte devido aos laços de Epstein com figuras de destaque.

A morte de Epstein, oficialmente considerada suicídio, também alimentou muitas delas..

Na quarta-feira (22), o Wall Street Journal informou que Trump foi informado por Bondi, em maio, que seu nome aparece várias vezes nos arquivos do Departamento de Justiça relacionados a Epstein.

O relatório também disse que Trump foi informado de que muitos outros indivíduos importantes foram nomeados nos arquivos e que o departamento não planejava divulgar nenhum documento adicional relacionado à investigação.

O porta-voz de Trump, Steven Cheung, negou as alegações da reportagem.

Enquanto isso, o comitê de supervisão da Câmara votou por 8 a 2, na quarta-feira, para intimar o Departamento de Justiça sobre os arquivos de Epstein, com três republicanos, partido de Trump, se juntando aos democratas na votação.

O comitê também intimou Maxwell a testemunhar perante autoridades do comitê em 11 de agosto.



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