aeroporto de Nova York passa por reformas, mas continua operacional


A complexa rede é coordenada pela Autoridade Portuária de Nova York-Nova Jersey (PANYNJ), que supervisiona todos os aspectos do projeto
CHARLY TRIBALLEAU

A complexa rede é coordenada pela Autoridade Portuária de Nova York-Nova Jersey (PANYNJ), que supervisiona todos os aspectos do projeto

CHARLY TRIBALLEAU

O aeroporto JFK de Nova York, principal porta de entrada para os Estados Unidos, passa por uma grande reforma, com a construção de novos terminais, pontes, estradas e infraestruturas, enquanto continua operando normalmente.

É “caos organizado”, disseram à AFP as autoridades por trás deste megaprojeto de 19 bilhões de dólares (R$ 108 bilhões), que visa fornecer à capital financeira e meca turística do país instalações do século XXI para lidar com o aumento de passageiros.

“É o projeto mais complexo em que já trabalhei”, diz Gina Bigler, engenheira-chefe de construção do Programa de Reurbanização do JFK, que visa modernizar o aeroporto coincidindo com a Copa do Mundo de 2026, cuja final será disputada no Estádio MetLife em East Rutherford, Nova Jersey.

Ao seu redor, pontes temporárias desviam o tráfego para abrir caminho para novos viadutos permanentes, enquanto escavadeiras gigantes removem o solo arenoso perto de dois terminais novos, os Terminais 1 e 6, em diferentes etapas de desenvolvimento.

“Há vários terceirizados e o volume de passageiros é muito maior do que em outros projetos”, explica Bigler.

A Autoridade Portuária de Nova York-Nova Jersey (PANYNJ) supervisiona todos os aspectos do projeto e coordena a complexa rede de contratantes, consórcios de investimento e companhias aéreas — desde quais empresas usarão os terminais, até as obras de arte que os decorarão e os azulejos escolhidos para os banheiros.

– Ventos políticos –

Apesar da escala e da complexidade do projeto, o maior deste tipo nos Estados Unidos, o trabalho está dentro do orçamento e do cronograma previstos pós-coronavírus.

A colaboração entre o proprietário do aeroporto e as empresas privadas garante “supervisão do ponto de vista público”, explica Steve Thody, diretor-geral da JFK Millennium Partners, responsável pelo novo Terminal 6.

Essa fórmula também facilita a “injeção de dinheiro privado no acordo, o que permite que o progresso da infraestrutura provavelmente ocorra em um ritmo mais rápido”.

Rick Cotton, CEO da PANYNJ, diz que essa abordagem, que não envolve dinheiro dos contribuintes, permite que a reforma do aeroporto seja protegida dos ventos políticos contrários porque não depende de financiamento federal.

A maior peça do quebra-cabeça é o novíssimo edifício do Terminal 1. Com 232.000 metros quadrados, é uma megaestrutura intrincada, em forma de borboleta, de 9,5 bilhões de dólares (R$ 54 bilhões), que exigiu tanto aço quanto cinco Torres Eiffel.

O financiamento veio de uma parceria público-privada sem precedentes que incluiu um empréstimo bancário de 6,5 bilhões de dólares (R$ 37 bilhões).

– Preocupações ambientais –

Devido à proximidade das áreas densamente povoadas, os responsáveis pelo megaprojeto tomaram medidas para reduzir a poeira, o barulho, o tráfego e outros tipos de poluição.

No entanto, os ativistas ambientais criticam as iniciativas ecológicas em torno de locais intrinsecamente poluentes, como os aeroportos, já que a aviação é responsável por entre 2% e 3% do total de emissões globais de carbono induzidas pelo homem, de acordo com o IPCC.

Cotton, embora reconheça que o setor de transporte “gera uma quantidade significativa de gases de efeito estufa”, afirma que o novo aeroporto oferecerá às companhias aéreas combustível de aviação mais sustentável, os veículos da zona de operações serão elétricos e contará com o maior sistema de energia solar de Nova York.



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