Ação em MG mira Comando Vermelho e bloqueia R$ 223 mi da facção


Coletiva de imprensa sobre a Operação Custos Fidelis
Reprodução/MPMG

Coletiva de imprensa sobre a Operação Custos Fidelis

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Militar divulgaram, nesta quinta-feira (25), os resultados parciais da operação Custos Fidelis, que mira a atuação do Comando Vermelho em quatro estados.

A ação cumpre 48 mandados de prisão e 84 de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Espírito Santo, para desarticular o braço financeiro da facção.

O Procurador-Geral de Justiça do MPMG, Paulo de Tarso, destacou em coletiva de imprensa que o objetivo é “atingir o coração financeiro do Comando Vermelho”, interceptando também a atuação da facção Família Teófilo Otoni (FTO), “afiliada” do grupo criminoso em Minas Gerais.

“Essa operação tem mais do que um efeito de desestruturar, ela atinge o coração financeiro das facções sobre com abrangência até na Amazônia. A gente pretende que esses recursos bloqueados sejam declarados como perdidos, e que a gente possa obter esse recursos para os cofres do estado”, explicou de Tarso.

De acordo com as investigações, o Comando Vermelho estruturou uma espécie de “mercado atacadista de drogas”, para abastecer outras facções em diversos estados – como a FTO, por exemplo.

Relatórios de inteligência financeira do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) identificaram depósitos fracionados que somaram R$ 2,3 milhões em apenas uma semana.

“Conseguimos identificar que, em apenas uma semana, eles movimentaram mais de 2 milhões de reais, chegando a mais de 8 milhões de reais em determinado período. Eles faziam isso para conferir aparência lícita a esses bens e valores, usando empresas de fachada, notadamente aquelas que trabalham com pescado. Esses valores eram recebidos e pulverizados em pequenos depósitos, uma tática muito comum na lavagem de dinheiro, conhecida como smurfing”, informou Giovani Avelar Vieira, coordenador do Gaeco.

Resultados

Segundo as autoridades, já foram bloqueados R$ 223 milhões em contas, criptoativos e bens – entre eles um imóvel de luxo avaliado em R$ 3,9 milhões na Praia do Patacho, em Maceió. O bloqueio pode alcançar até R$ 18 bilhões.

Também foram apreendidos oito veículos, 26 armas de fogo e mais de 500 quilos de entorpecentes. Somente nesta quinta, foram 16 prisões e três armas retiradas de circulação, segundo a representante da Polícia Militar.

Ao todo, 140 policiais, 46 viaturas e duas aeronaves participaram da ofensiva em 16 cidades. Segundo o MPMG, o Comando Vermelho utiliza o tráfico de drogas como fonte ilícita, associado a crimes como lavagem de dinheiro.



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