
Policiais militares em região da zona Norte do Rio
A megaoperação policial deflagrada nesta terça-feira (28), na cidade do Rio de Janeiro, contra a facção criminosa Comando Vermelho (CV), no Complexos da Penha e do Alemão, gerou um cenário de violência, confronto armado e insegurança.
Batizada de Operação Contenção, a ação prejudicou vários serviços públicos e ainda causa muito transtorno. Foi um dia difícil para a população fluminense.
Na educação, pelo menos 48 escolas municipais ficaram fechadas, segundo nota da Secretaria Municipal de Educação encaminhada ao Portal iG.
Foram 31 escolas impactadas na região do Complexo do Alemão e outras 17 unidades no Complexo da Penha.
Além das escolas municipais, as universidades também decidiram suspender as aulas.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recomendou que todos evitem a Ilha do Fundão, na Zona Norte do Rio, região próxima da megaoperação.
Já a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) informou, em nota, que as atividades do período noturno nas unidades acadêmicas e administrativas da região metropolitana também estão suspensas.
Outra instituição que também cancelou as atividades no período noturno é a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
O impacto também é sentido nas instituições privadas, como a Universidade Estácio de Sá, que informou a suspensão das aulas, nesta terça, em suas unidades localizadas na cidade do Rio, na Baixada Fluminense, assim como em São Gonçalo e Niterói.
Mobilidade impactada
A mobilidade urbana também foi seriamente atingida.
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Durante todo o dia, criminosos interditaram vias em diversos bairros da cidade, utilizando lixeiras, caminhões ou coletivos como barricadas.
Por conta disso, no início da tarde, a cidade entrou no estágio 2 do nivelador de risco adotado pelo Centro de Operações e Resiliência (COR) da Prefeitura.
Este nível de atenção, que ainda permanece, é atingido quando “há risco de ocorrência de alto impacto” na cidade, de um total de cinco estágios.
A medida foi tomada após interdições que impactavam diversas vias da cidade, entre elas a Avenida Brasil, Linha Vermelha, Linha Amarela e outras vias importantes do Rio, todas fechadas por bandidos em retaliação à megaoperação policial.
No transporte público, mais de 100 linhas tiveram os itinerários alterados, segundo informações do RioÔnibus, sindicato que representa as empresas.
Ainda segundo o sindicato, bandidos usaram ônibus para bloquear o trânsito em diversos bairros e vias expressas, entre eles a Avenida Brasil, Linha Amarela, Linha Vermelha, Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, Centro, Rio Comprido, Tijuca, Vila Isabel, Engenho Novo, Méier, Cascadura, Engenho da Rainha, Freguesia, Taquara, Cidade de Deus, Anchieta, Guadalupe, Chapadão, Complexo do Alemão e Penha, e na BR-101, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Ao menos 55 coletivos foram alvos dessas ações, segundo o RioOnibus.
Além disso, os corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT, além dos serviços de conexão do BRT, foram impactados pelas ocorrências.
Em razão da falta de ônibus em vários pontos na cidade, as estações do Metrô encontram-se neste momento otadas de passageiros à espera dos trens
A concessionária MetrôRio informou, em nota, que na tarde desta terça a circulação das linhas 1, 2 e 4 operou normalmente. Foi reforçado o número de trens e grade horária para atender os clientes.
Várias vias continuam interditadas no início da noite, de acordo com o aplicativo do COR da Prefeitura, que está atualizando as informações.
A população do Rio de Janeiro que saiu para trabalhar agora enfrenta o desafio do retorno para casa.
A megaoperação, apontada como a mais letal da história recente do estado, deixou ao menos 64 mortos, sendo 4 policiais, e 81 presos, além de 71 fuzis apreendidos.
IG Último Segundo


