
Jeffrey Epstein, à esquerda, e Donald Trump, à direita
Uma comitiva de senadores desembarca nos Estados Unidos na semana que vem.
A ideia é tentar convencer autoridades norte-americanas a rever a imposição de tarefas de 50% sobre exportações brasileiras.
No grupo estarão ao menos dois parlamentares da base bolsonarista: os senadores e ex-ministros Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Tereza Cristina (PP-MS).
Estão previstos também encontros com empresários brasileiros e norte-americanos. A ideia é mostrar documentos e números sobre a relação bilateral bicentenária entre os dois países – esta que Donald Trump tenta cortar a fórceps.
Ao menos no discurso oficial, a medida é uma retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro (PL) por liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Mas o autor da maldade talvez esteja ocupado quando os senadores chegarem.
Segundo o “Wall Street Journal”, o chefe da Casa Branca foi informado desde maio que seu nome aparece em um documento com nomes de pessoas supostamente envolvidas em um escândalo sexual que teria no centro o empresário Jeffrey Epstein, amigo de longa data do hoje presidente.
Epstein era acusado de explorar sexualmente mais de 250 meninas menores de idade. Ele foi investigado, preso e se suicidou na cadeia em 2019.
Na campanha de 2024, Trump prometeu que tornaria públicos arquivos secretos sobre as investigações do caso.
Mas nunca fez.
E agora, com a revelação do “WSJ”, nunca esteve tão pressionado a fazê-lo. Afinal, quem não deve não teme.
Mas Trump parece temer.
O escândalo tem potencial para produzir uma hecatombe em uma base eleitoral majoritariamente conservadora.
E pode drenar todas as energias que o presidente norte-americano movia para enquadrar economias pelo resto do mundo e dizer como queria mandar nas cartas.
Agora acuado, pode se concentrar em uma crise que o atinge diretamente.
Sai de cena o slogan “América Primeiro” e entra o senso de urgência: a minha pele primeiro.
*Este texto não reflete necessariamente a opinião do Portal iG
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