Já comentamos aqui sobre o mais recente processo de escolha do novo ministro do STF, vaga aberta com a aposentadoria antecipada do de Luís Roberto Barroso, que até recentemente era também presidente da mais Alta Corte do país.
Muito embora, no papel ou na teoria, seja um procedimento simples e dependente exclusivamente de uma decisão do Presidente da República, na prática se trata de um processo prenhe de influências externas e com origens variadas também.
Os mais cotados para ocupar a vaga no Supremo são Jorge Messias, Rodrigo Pacheco e Bruno Dantas. Este último se tornou uma virtual carta fora do baralho ao longo do tempo, menos por seu nome e mais pelo peso e influência de seus concorrentes.
Especula-se que o presidente decidirá de forma rápida e assim que retornar de seu giro pela Ásia. Historicamente, Lula não costuma se apressar para indicar o seu preferido ou preferida, bastando lembrar de Flávio Dino cuja indicação para a vaga da ministra Rosa Weber levou 59 dias. Também Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula, foi indicado após 51 dias para ocupar a vaga deixada por Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça.
Agora, porém, parece haver um clima diferente. O presidente teria comentado com auxiliares próximos que Barroso se precipitou, sugerindo ter aguardado uma espécie de “aviso prévio” do magistrado, o que, no final, simplesmente não aconteceu. Agora, o líder do Executivo quer resolver tudo rapidamente.
Comprovando não se tratar de um mero ato de vontade do Presidente da República, a nomeação de Jorge Messias, seu nome preferido, já estava sobre a mesa, mas…uma reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, obrigou Lula a repensar o tema e considerar o nome de Rodrigo Pacheco, a pedido de Alcolumbre.
O indicado à vaga de ministro será sabatinado no Senado. Fustigar o líder máximo dos senadores, só por este aspecto, pode ser arriscado, tanto pelo aspecto da não aprovação do indicado – algo inédito, mas plenamente possível no contexto – mas também pelo viés político.
O governo precisa, muito diga-se, manter um bom relacionamento com Alcolumbre, mais ainda no presente momento em que a Câmara é liderada por um hesitante Hugo Motta. Messias será indicado com todos os riscos inerentes ou Pacheco é quem virá, uma espécie de escolha de segurança? A conferir.
IG Último Segundo



