A hora de Silas Malafaia está chegando


Malafaia, o pastor bolsonarista, está proibido de deixar o país e de se comunicar com os demais investigados nas ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado
Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

Malafaia, o pastor bolsonarista, está proibido de deixar o país e de se comunicar com os demais investigados nas ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado

Todo o esforço dispendido pelo pastor Silas Malafaia, braço-auxiliar de Jair Bolsonaro na trama golpista, de tentar melar o proceso da trama golpista e livrar o ex-presidente da prisão, não rendeu o resultado esperado.

Ao contrário, por mais que ele tenha atacado e desafiado o Supremo Tribunal Federal (STF), o que Malafaia conseguiu foi apenas  virar alvo de busca e apreensão e figurar ao lado do ex-presidente na ação que apura a tentativa de derrubar a democracia brasileira.

A ordem para fechar cerco contra o pastor, foi dada pelo ministro Alexandre de Moraes, a partir de investigações da Polícia Federal (PF), referendadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Entre outras citações, as investigacões apontam que Malafaia tem agido como “orientador e auxiliar das ações de coação” promovidas Bolsonaro e pelo filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para atrapalhar o processo em que o ex-presidente aparece como principal líder da trama que visava rasgar a Constituição e golpear o Estado.

O cumprimento do mandado de busca e apreensão contra o pastor ocorreu nesta quarta-feira (20), quando agentes da Polícia Federal (PF) o abordaram no momento em que ele deixava a área do desembarque internacional do aeroporto do Galeão.

Malafaia vinha de Lisboa e foi levado para uma sala nas dependências do aeroporto onde prestou depoimento. Os policiais federais apreenderam o seu celular e confiscaram o seu passaporte.

Pela decisão de Moraes, Malafaia está proibido de deixar o país e impedido de se comunicar com os demais investigados nas ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado.

Reação

Após o depoimento à PF, aproveitando a presença da claque que foi recebê-lo no aeroporto, Malafaia voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes: 

“Estamos diante de um criminoso chamado Alexandre de Moraes, que venho denunciando há 4 anos em mais de 50 vídeos. Ele estabelece o crime de opinião no Estado Democrático Direito. Onde é que você é proibido de conversar com alguém? Que pais é esse, que democracia é essa?”

Ele aproveitou também para esbravejar:

“Vão ter que me prender, se quiserem me calar”, disse.

Malafaia já conseguiu um resultado adverso (o de virar alvo da polícia e figurar no processo do golpe ao lado de Bolsonaro).

A continuar nessa toada, esbravejando dessa maneira, talvez consiga alcançar um outro resultado.

Com certeza, não será a anulação do processo.

Mas a concretização do desejo que cultiva no seu inconsciente mais profundo: o de ser preso e ficar calado.



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