Tecnologias melhoram a vida das mulheres nas cidades brasileiras

O perfil de eleitores no Brasil é composto, em sua maioria, por mulheres. A população feminina corresponde a 52% dos eleitores aptos a votar nas eleições municipais de 2024, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral. Para Aldo Garcia, CEO da Betha Sistemas, empresa especializada em tecnologia para gestão pública, esse raio-x dos eleitores reforça a necessidade de pensar políticas públicas e serviços voltados a atender as mulheres em suas necessidades.

“A tecnologia é uma aliada na oferta de serviços e atendimento às mulheres. As demandas do público feminino perpassam por todas as secretarias municipais, desde a atenção à saúde primária, disponibilidade de creches e escolas, até o incentivo ao empreendedorismo. A nova geração de prefeitos que serão eleitos e tomarão posse em janeiro de 2025 devem estar atentos às necessidades de políticas que atendam as mulheres”, recomenda o executivo.

O executivo aponta a inteligência artificial como uma das aliadas na oferta de serviços à população, que contribui para melhorar a qualidade e agilidade no atendimento às mulheres.

“A BETH, chatbot omnichannel, é um exemplo do uso da IA a favor das mulheres. Com tecnologia avançada de compreensão de linguagem natural (NLU), o chatbot proporciona uma experiência eficiente e intuitiva. A população feminina, que muitas vezes necessita de serviços públicos de saúde e apoio social, se beneficia diretamente dessa IA, pois a solução facilita o acesso a consultas médicas e informações de saúde, ajudando a reduzir as filas e o tempo de espera, aspectos cruciais no atendimento de saúde para mulheres. Além disso, ao oferecer acesso simplificado a programas de apoio financeiro e benefícios sociais, a solução auxilia na redução da vulnerabilidade econômica das mulheres, principalmente em situações de risco social ou pobreza”, comenta Aldo.

Vale destacar que além de otimizar o atendimento de serviços essenciais como a saúde e apoio social, o investimento em tecnologia é estratégico para captação de recursos para a administração pública. “A governança de dados na saúde, por exemplo, é fundamental para buscar recursos junto ao Estado e Governo Federal. Com os dados bem consolidados, os gestores públicos podem, além de ampliar o atendimento já ofertado na Atenção Primária do município, também desenvolver projetos inovadores para atender a população e trazer mais bem-estar e cidadania”, destaca o executivo da Betha Sistemas.

Incentivo ao empreendedorismo feminino

De acordo com dados levantados no Mapa do Empreendedor: Quem são os fundadores de startups no Brasil?, divulgado pelo Startup Copilot, a grande maioria dos fundadores de negócios inovadores é do sexo masculino (76%). O mapeamento identificou ainda que as mulheres ganham menos que os homens: entre as fundadoras a maior parte (25%) declarou faixa salarial entre R$ 4 mil a R$ 6 mil, entre os homens (47%) esse valor sobe para acima de R$ 15 mil. O Sebrae divulgou algumas causas que dificultam o empreendedorismo feminino, entre elas a sobrecarga de responsabilidades: 76% das mulheres sentem sobrecarga ao tentar equilibrar os cuidados com a família e a empresa, em comparação com 55% dos homens; o sacrifício de tempo pessoal: 61% das mulheres deixaram de fazer algo para si mesmas para cuidar de familiares, enquanto para os homens esse número foi de 48%.

Neste cenário, Aldo Garcia aponta a disponibilização de serviços online e tecnologia em nuvem como aliada das empreendedoras. “Prefeituras que disponibilizam o serviço de cadastramento, alteração e encerramento de empresas na Junta Comercial alcançam benefícios como melhora da eficiência e agilidade no processo. Tornar essas rotinas virtuais, evita a necessidade de deslocamento a várias repartições públicas, reduzindo a sobrecarga das mulheres empreendedoras, facilitando os processos de seu negócios e poupando tempo dessas mulheres. Uma estratégia que impacta positivamente, além do negócio, na saúde física e mental”, comenta.

Facilitar o acesso à educação pública

Pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela uma realidade difícil para as mulheres que são mães: quase metade das participantes da pesquisa (48%) encontraram-se desempregadas após o período de licença-maternidade. Estudo divulgado pelo GPTW apurou que quase metade (47%) das mulheres que permanecem no mercado de trabalho recusam promoções na carreira porque teriam dificuldade de conciliar as demandas que a educação dos filhos, casa e trabalho exigem.

“A saída para apoiar essas mulheres no mercado de trabalho, com sua independência financeira e sem abrir mão do cuidado com a família e os filhos, é disponibilizar instrumentos públicos que facilitem a manutenção das crianças e adolescentes na escola. Novamente a tecnologia cloud, em nuvem, é uma aliada da gestão pública. Com ferramentas de gestão educacional é possível facilitar o acesso aos serviços de matrícula ou inscrição na lista de espera virtualmente, evitando a necessidade de deslocamento e filas enormes nas portas das escolas”, explica Aldo.