James Webb faz imagem dramática do planeta; veja vídeo


O Telescópio Espacial James Webb fez imagens impressionantes de Urano, o sétimo planeta do Sistema Solar, um mundo gelado e azul.

Seus anéis foram revelados como nunca antes, sob os olhos infravermelhos do observatório.

Em vez de fracos e finos, como registrados até então, os anéis aparecem muito brilhantes. São 13 no total.

Imagem também inclui as 6 maiores das 27 luas conhecidas de Urano, além de galáxias distantes ao fundo — como é de praxe nos registros do James Webb.

Áreas luminosas na atmosfera mostram um sistema de tempestades no polo norte do planeta.

Registro foi feito nesta quinta-feira (6).

Viaje pela foto de altíssima definição neste vídeo:

Este primeiro olhar detalhado do telescópio espacial ao planeta é mais uma demonstração de sua tecnologia e sensibilidade sem precedentes. As imagens foram registradas pelo instrumento NIRCam (Câmera de Infravermelho Próximo), combinando dados de dois filtros, em uma longa exposição de 12 minutos.

Também foi assim que o James Webb conseguiu imagens incríveis de Netuno, o planeta vizinho, com seus anéis e luas. Saturno não é o único planeta do Sistema Solar com anéis; todos os gigantes gasosos os têm, mas não são facilmente detectados por serem muito tênues.

urano - NASA, ESA, CSA, STScI - NASA, ESA, CSA, STScI

Registro da NIRCam mostra Netuno, com 11 de seus 13 anéis e 6 de suas 27 luas, além de um punhado de objetos cósmicos ao fundo, incluindo muitas galáxias

Imagem: NASA, ESA, CSA, STScI

Os anéis de Urano são relativamente escuros — embora apareçam brilhantes nas imagens infravermelhas do James Webb. Eles parecem ser feitos de pedaços maiores de rochas espaciais, medindo de 0,2 a 20 metros de diâmetro.

Urano tem 13 anéis conhecidos e 11 deles são visíveis novos registros (9 principais e 2 difusos, como o anel zeta, mais próximo do planeta). Alguns deles ficaram tão brilhantes que parecem se fundir em um anel maior.

Astrônomos esperam que futuras imagens revelem também os dois anéis externos mais fracos, que foram descobertos pelo Hubble em 2007.

Com a sensibilidade do telescópio, é possível ver detalhes da dinâmica atmosfera do planeta. No lado direito, a grande área esbranquiçada é a calota polar norte, que está voltada para o Sol — ela só aparece no verão e desaparece no outono, em um mecanismo misterioso que agora pode ser melhor compreendido.

Um ponto brilhante na borda da calota é uma nuvem, assim como uma segunda bem maior do lado esquerdo do planeta. Elas indicam atividade de tempestades, que aumentam à medida que o verão do hemisfério norte se aproxima.

Urano tem uma inclinação extrema, de 98 graus (a da Terra é 23), então o polo norte aparece no meio dele. O polo sul está agora no ‘lado escuro’, fora de vista e voltado para a escuridão do espaço.

O planeta leva 84 anos para orbitar o Sol, por isso, as estações são longas e intensas. Seu norte está no final da primavera — o verão será em 2028

Ele só foi fotografado por dois outros equipamentos: a espaçonave Voyager 2, que passou por lá em 1986, e o potente Observatório Keck, no Havaí, em 2007.

urano voyager - NASA/JPL-Caltech - NASA/JPL-Caltech

Visto pela Voyager 2, Urano parecia apenas uma “bola de gude azul”, sem detalhes; tonalidade se deve ao gás metano presente na sua atmosfera

Imagem: NASA/JPL-Caltech

urano - Marcos van Dam/Observatório Keck - Marcos van Dam/Observatório Keck

Registro do Observatório Keck mostra anel mais discretamente

Imagem: Marcos van Dam/Observatório Keck



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