‘Já entrei pensando em ganhar em dólar’: estudantes falam sobre os primeiros passos na área de TI | Tecnologia


Felipe Floriano, de 18 anos, faz um curso técnico em desenvolvimento de sistemas, mas já tem planos ambiciosos para um futuro emprego. O estudante de Abreu e Lima, na região metropolitana de Recife, criou até uma rotina para agilizar o aprendizado em programação.

“Já sei me comunicar em inglês e sei que a pessoa que tem competência não fica sem trabalho. Não vou mentir, já entrei na área pensando em oportunidades fora do país, para ganhar em dólar ou em euro”, afirma Floriano.

Ele sabe que a necessidade de digitalização das empresas colocou em evidência os profissionais de tecnologia da informação, a popular TI. Com mais vagas do que pessoas aptas a trabalhar, as empresas estão aceitando um perfil de colaborador com menos experiência e também recorrendo à contratação remota.

Para não perder esse momento de ouro, Floriano complementa as aulas com uma rotina de estudos em casa. De seis e sete horas por dia ele pesquisa as linguagens HTML, CSS e JavaScript além de lógica de programação.

“Já me sinto pronto para procurar emprego. Pretendo atuar na área de desenvolvimento de software e acho que logo consigo a minha primeira oportunidade”, planeja Floriano. Ele até criou um perfil no LinkedIn para compartilhar as certificações que já conseguiu.

Veja abaixo outras histórias de quem se prepara ou dá os primeiros passos no mercado de TI:

As gêmeas Bruna e Juliana são programadoras do Rio Grande do Sul — Foto: Arquivo pessoal

Se depender de Bruna Freitas e sua irmã gêmea Juliana, de 22 anos, a TI vai quebrar o tabu de ser um lugar só de homens. As irmãs programadoras moram em Rio Grande, a 317 km de Porto Alegre, e mantêm uma conta no Instagram chamada @twiinscode, para ajudar outras pessoas que estão começando na área.

Bruna conta que já ouviu diversas vezes que “não tem o perfil” de programadora. Ignorando tudo isso, a curiosidade de saber como os sistemas funcionam a levou a cursar a faculdade de engenharia da computação na Universidade Federal do Rio Grande (FURG).

Cursando o terceiro ano, ela foi trainee por quatro meses antes de ser contratada para o cargo de engenheira de software júnior na empresa de logística Loggi. Ela trabalha de forma totalmente remota.

“Percebo o mercado de trabalho muito aquecido, com muitas oportunidades e muito competitivo. Minha busca por vagas foi intensa, e não desisti até receber o ‘sim'”, conta.

Um dos conselhos da desenvolvedora para os iniciantes é desenvolver habilidades além da técnica. Ou seja, saber se comunicar, argumentar e trabalhar em equipe.

“Se engana quem pensa que na tecnologia trabalhamos muito isolados. Na grande parte das equipes, é necessário comunicar abertamente o andamento de atividades e dúvidas sobre as regras de negócio dos projetos”, explica Bruna.

Twinscode é o canal das gêmeas programadoras Bruna e Juliana — Foto: Reprodução/Instagram

Juliana conta que entrou para a área de TI por conta da insistência da irmã gêmea. “A ficha só foi cair quando estava no segundo ano da graduação em engenharia civil e não me encontrava, não via um futuro”, explica a programadora.

“Sinto que continua sendo um desafio ser mulher no mundo de tecnologia. Mas é uma área muito gratificante, porque permite criar tecnologias úteis para a sociedade e ajudar pessoas, melhorar o mundo de certa forma”, afirma Juliana, que é desenvolvedora back-end.

Assim como a irmã, Juliana também trabalha de forma remota para a empresa de logística Loggi.

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Paixão começou aos 3 anos

O futuro da TI está em uma geração que já nasceu com a tecnologia sendo coisa do dia a dia. Silas Medeiros, de 21 anos, diz que a paixão pelo tema surgiu nos primeiros contatos com computadores e celulares, ainda com 3 anos.

Silas Medeiros, 21 anos, ganhou uma bolsa para aprender desenvolvimento de sistemas — Foto: Arquivo Pessoal

“A tecnologia permite solucionar problemas tanto dentro do seu local de trabalho como fora, colocando em prática a criatividade”, descreve Medeiros, que completou o ensino médio em 2019 e mora no Rio de Janeiro.

No ano passado, o estudante ganhou uma bolsa integral de desenvolvedor de software na Digital House, em um programa que tem patrocínio das empresas Mercado Livre e Globant. O jovem conta que alguns de seus colegas de sala já foram contratados por essas companhias.

Durante esse período de preparação, Medeiros diz que viu “inúmeras oportunidades” surgirem no mercado de trabalho. Ele mantém a expectativa de ser contratado antes do término do curso, que será daqui a um ano.

“Outra coisa que me interessou muito na área de tecnologia foi a quantidade de materiais de graça. Acho isso muito importante para qualquer um que está começando”, comenta o desenvolvedor júnior.

Áreas que mais vão gerar emprego em TI — Foto: Fernanda Garrafiel/Arte g1



Fonte: G1