Imagem: NASA/Divulgação
O comportamento do asteroide 3200 Faetonte — que orbita o Sol próximo da Terra e é apontado como o responsável pela espetacular chuva de meteoros Geminídas, — virou assunto entre os astrônomos.
O nome dele vem da mitologia grega: Faetonte — o vencedor da corrida de carroças nos primeiros Jogos Ístmicos. Agora, o nome está fazendo jus ao asteroide: o corpo celeste está girando quase 4 milissegundos mais rápido em seu eixo a cada ano. Isso pode não parecer muito, mas é bastante incomum que as rotações dos asteroides mudem.
Com 5,8 quilômetros de diâmetro, o Faetonte não representa nenhum perigo para a Terra – pelo menos pelos próximos secúlos. O que mais chama a atenção é a sua coloração: é surpreendentemente azul, enquanto a maioria dos asteroides têm corpos avermelhados ou acinzentados.
Acredita-se que ele tenha sido um antigo cometa que perdeu o seu material volátil. Apesar dele não ser formado atualmente de gelo, mas de rocha, o objeto tem uma cauda formada por pó que produz as chuvas de meteoros – a maioria delas vem de cometas.
A “aceleração” na rotação do Faetonte chamou a atenção dos pesquisadores depois que o Observatório de Arecibo, em Porto Rico, se aprofundou nos estudos do corpo celeste, no ano passado.
Registros do site Science Alert mostram que o período de rotação estava fora de sincronia com os dados de 1989, seis anos depois da descoberta do asteroide. Os astrônomos perceberam que o Faetonte perdeu 4 milissegundos no período de rotação anual de 524 dias.
A mudança do asteroide não faz muita diferença para a Terra na comparação ano a ano, mas pode se tornar maior se olharmos a cada década ou século. Isso coloca o Faetonte no seleto grupo de 11 asteroides com relatos de rotações aceleradas.
O que pode estar acontecendo com o asteroide
Os astrônomos estimam que a causa da aceleração seja perda de massa. No ano passado, um estudo do Instituto de Tecnologia da Califórnia mostrou que o Faetonte pode estar liberando partículas de sódio no espaço – o que explicaria a chuva de meteoros.
Outra explicação pode ser um pequeno efeito conhecido como YORP (sigla de “Yarkovsky-O’Keefe-Radzievskii-Paddack”). Ou seja, quando o calor de uma estrela influencia a taxa de rotação de um corpo pequeno, no caso, do asteroide.
Entender por que o Faetonte está se comportando assim pode dar uma nova visão sobre uma classe de asteroides tidos como “potencialmente perigosos”, uma vez que passam pela Terra ao orbitar ao redor do Sol.
Agora, pesquisadores se preparam para descobrir mais sobre o Faetonte na missão de aterrissagem Destiny+. A viagem espacial é liderada pela JAXA (“Agência Espacial Japonesa”), e que deve ser lançada em 2024.
Fonte: Gizmodo