Ataque cibernético força siderúrgica do Irã a interromper produção | Tecnologia


Uma das maiores empresas siderúrgicas do Irã afirmou nesta segunda-feira (27) que foi forçada a interromper a produção após ser atingida por um ataque cibernético, o que pode ser um dos maiores ataques desse tipo ao setor industrial estratégico do país dos últimos anos.

A estatal Khuzestan Steel Company disse que especialistas determinaram que a usina teria que parar de funcionar até novo aviso “devido a problemas técnicos” após “ataques cibernéticos”. O site da empresa estava fora do ar na manhã desta segunda-feira.

O CEO da siderúrgica, Amin Ebrahimi, afirmou que a Khuzestan Steel conseguiu impedir o ataque cibernético e evitar danos estruturais nas linhas de produção que impactariam as cadeias de suprimentos e os clientes.

“Felizmente com o tempo e a consciência, o ataque não teve sucesso”, disse Ebrahimi à agência de notícias semioficial Mehr.

Ebrahimi anda acrescentou que espera que o site da empresa seja restaurado e tudo volte ao “normal” até o final de segunda-feira.

Um canal de notícias local, Jamaran, informou que o ataque falhou porque a fábrica estava inoperante no momento devido a uma queda de eletricidade.

A empresa não culpou nenhum grupo específico pelo ataque, que constitui apenas o exemplo mais recente de um ataque direcionado aos serviços do país.

Em um grande incidente no ano passado , um ataque cibernético à distribuição de combustível do Irã paralisou postos de gasolina em todo o país, levando a longas filas de motoristas furiosos.

As estações de trem no Irã foram atingidas por falsas mensagens de atraso. Câmeras de vigilância no país foram hackeadas. Sites estatais foram interrompidos. Imagens que mostram abusos na notória prisão de Evin do país vazaram.

O país desconectou grande parte de sua infraestrutura governamental da internet depois que o vírus de computador Stuxnet – amplamente considerado uma criação conjunta dos EUA e Israel – interrompeu milhares de centrífugas iranianas nas instalações nucleares do país no final dos anos 2000.

A Khuzestan Steel Company, com sede em Ahvaz, na província rica em petróleo do sudoeste do Khuzestan, tem o monopólio da produção de aço no Irã, juntamente com duas outras grandes empresas estatais.

Fundada antes da Revolução Islâmica de 1979 no Irã, a empresa por décadas depois teve algumas linhas de produção fornecidas por empresas alemãs, italianas e japonesas.

O serviço tem sido contínuo, exceto durante a catastrófica guerra Irã-Iraque da década de 1980, quando o ditador iraquiano Saddam Hussein enviou seu exército através da fronteira.

No entanto, sanções esmagadoras ao Irã por causa de seu programa nuclear forçou a empresa a reduzir sua dependência de peças estrangeiras.

O governo considera o aço um setor crucial. O Irã é o maior produtor de aço do Oriente Médio e está entre os 10 maiores do mundo, segundo a World Steel Association.

Suas minas de minério de ferro fornecem matéria-prima para a produção nacional e são exportadas para dezenas de países, incluindo Itália, China e Emirados Árabes Unidos.

A produção de aço bruto do Irã, no entanto, foi de apenas 2,3 milhões de toneladas no mês passado, disse a WSA.

Sua queda concomitante nas exportações foi amplamente atribuída à Rússia, atingida por sanções, que inundou os compradores chineses do Irã com aço com desconto depois de perder o acesso aos mercados ocidentais em meio à guerra na Ucrânia.



Fonte: Globo Tecnologia