Jair Bolsonaro (PL) já tem uma ideia sobre os temas que quer abordar na sabatina do Jornal Nacional na próxima segunda (22). O presidente disse que não esperava ficar frente a frente com William Bonner e Renata Vasconcellos, mas já tem uma lista sobre os pontos mais delicados do governo –entre eles, a pandemia, a crise hídrica e a guerra entre Rússia e Ucrânia.
O chefe do Executivo revelou a estratégia em conversa com Rica Perrone no podcast Cara a Tapa no sábado (13). Ele será o primeiro dos candidatos à presidência da República a ser entrevistado pelo principal telejornal da Globo, que também vai receber Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB).
“Muitas vezes, o cara quer lacrar, quer crescer. Eu vou voltar, por exemplo, na Globo e não sei o que vai acontecer. Achava que não iria, mas eu vou. Não sei como vai ser o programa, mas estou me preparando, até porque eles passaram quatro anos batendo em mim. Agora tem que mostrar o que quero mostrar, o que nós estamos fazendo”, explicou.
“Não é ficar naquelas particularidades. Se quiser particularidades, acabando o programa, a GloboNews pode fazer mais quatro, cinco horas. Vamos fazer. Pergunta tudo. Quer perguntar sobre política? Agora, nesses vinte minutos é para falar sobre o que eu enfrentei durante esses três anos e meio”, acrescentou.
Em seguida, Bolsonaro relembrou alguns dos principais problemas enfrentados por sua gestão desde que assumiu em 2019:
Uma pandemia, crise de falta de água, essa guerra fora do Brasil. Começamos com aquela tragédia lá em Brumadinho, logo em janeiro. Começamos também com a questão do Césare Battisti, que foi preso na Bolívia. O Sérgio Moro queria que ele ficasse. Mandamos para a Itália. Vai que chega em Brasília, e um oficial de Justiça manda ele ficar. Queria ficar livre dessa carga radioativa o mais rápido possível.
Primeira entrevista de Bolsonaro
A primeira entrevista de Bolsonaro ao Jornal Nacional foi marcada por um embate com Renata Vasconcellos. Ele foi questionado sobre a desigualdade salarial entre homens e mulheres, respondendo que a jornalista recebia menos do que Bonner –mesmo que ambos sejam âncoras do jornal.
A apresentadora negou que o foco fosse colocado sobre ela. “Eu poderia até como cidadã fazer questionamento sobre seus proventos porque o senhor é um funcionário público há 27 anos e eu como contribuinte ajudo a pagar seu salário”, disse.
“O meu salário não diz respeito a ninguém e eu posso garantir ao senhor, como mulher, que eu jamais aceitaria receber um salário menor de um homem que exercesse as mesmas funções e atribuições que eu”, concluiu ela.