Irmã de Paulo Gustavo (1978-2021), Ju Amaral ficou emocionada durante o Sobe o Som deste sábado (14). A diretora precisou segurar a emoção quando foi questionada por Marcos Mion o que Rafael Infante representa para ela –os dois estavam jogando como dupla no quadro do Caldeirão. O apresentador, então, relembrou que também sofreu a dor de perder um irmão.
“O Rafa é amor, é alma. É uma coisa louca de amizade. É um cara que consegue… vou ficar emocionada”, disse ela, que fez uma rápida pausa enquanto era aplaudida pela plateia da atração.
“O Rafa é tão fogo no… que ele consegue soltar minha risada”, explicou Ju, que reforçou que até o seu sorriso mudou desde que Paulo Gustavo morreu vítima de complicações da Covid-19. “Agora é uma risada que é uma risada [normal], não mais aquele pico, e o Rafa chega nesse lugar”, completou a diretora, que foi consolada por Marcos Mion.
Infante exaltou o irmão dela. “O Paulo era o maior de todos. A Ju tem uma dor que não tem como dividir, a Ju também foi pra mim uma luz nesse túnel, por isso eu queria aproveitar e dizer isso: ‘Te amo'”, falou o humorista.
“O Paulo é uma coisa muito difícil de a gente escrever e falar, é sempre bom a gente lembrar que tem a obrigação de deixar presente os grandes. Poder falar dele é uma coisa que enche o nosso de orgulho”, ressaltou Mion.
Mion perdeu o irmão
Na sequência, ainda falando com Ju Amaral, Mion relembrou que ele também perdeu um irmão –Marcelo Mion morreu em 1993, aos 18 anos, após cair no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista, enquanto comemorava a aprovação no vestibular.
Ju, ver você abraça a todos nós e também mostra que a gente tem que seguir levando junto e honrando sempre. Que você ria cada vez mais, Ju, sempre com verdade. De quem já perdeu o irmão também: nunca vai sair da sua cabeça, você nunca vai deixar um dia sem falar com ele, mas o tempo rei faz a gente amortecer e levar tudo adiante.
Quando Marcelo Mion morreu, o apresentador do Caldeirão tinha 14 anos. Em entrevista ao Conversa com Bial no ano passado, o contratado da Globo falou que o teatro o ajudou a se recuperar da dor da perda.
“Eu tirei o meu direito de sorrir, e a alegria da minha vida. No momento que eu cheguei lá [no teatro], foi proposto um exercício de improviso, e de repente eu estava vivendo um personagem com problemas que não eram os meus. E de repente eu estava brincando de ter os problemas e dores de outra pessoa, e com isso fiz as pessoas darem risada de novo, que era algo não fazia há algum tempo”, resgatou.
