Presidente da Firjan Sul Fluminense vê a união da região como caminho para o desenvolvimento


Presidente regional da Firjan defendeu medidas em prol do desenvolvimento da região e destacou o ‘alto impacto socioeconômico’ que a concessão da Dutra trará para a região

Foto: Firjan
Henrique Nora Jr. afirma que Firjan está engajada em obter medidas que ajudem a desenvolver economia regional

Sul Fluminense – Em entrevista ao Diário do Vale, o novo presidente da Firjan Sul Fluminense, o empresário Henrique Nora Jr., defendeu medidas em prol do desenvolvimento da região, e destacou o “alto impacto socioeconômico” que a concessão da Dutra trará para a região. Nora Jr. é também 2º diretor-secretário na Firjan, presidente do Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção e Olaria do Médio Vale do Paraíba (Sindicer-MVP), e vice-presidente da Associação Nacional da Indústria de Cerâmica (Anicer), setor em que atua. O empresário é advogado e professor universitário de Direito. Confira a entrevista:

 

Pergunta – O desenvolvimento do Sul Fluminense deve ser construído por atores diversos, como o poder público, a sociedade civil e entidades privadas como a Firjan. Que caminhos o senhor considera que esta articulação deve tomar para atingirmos o bem-comum da nossa região?

Henrique Nora Jr – A Firjan preconiza a união em prol do desenvolvimento. O primeiro passo é que cada um dos atores entenda a necessidade de estarem juntos e pensarem a nível regional. O desenvolvimento se dará pela atuação de todos: poder público, sociedade civil organizada e instituições privadas. A Firjan é uma entidade privada formada pelos sindicatos da indústria, que atua basicamente nos seguintes eixos: representação da indústria, melhoria do ambiente de negócios e na gestão Firjan SENAI SESI, nestes dois últimos com o propósito de melhorar a qualidade de vida do trabalhador e a qualificação de mão de obra. Importante destacar que somos apartidários e nossa contribuição será sempre técnica, apresentando estudos e pareceres feitos por um quadro de colaboradores de altíssima qualidade.

Sabemos também que o desenvolvimento exige planejamento e ações de médio e longo prazo, logo não pode ficar vinculado a uma pessoa. Hoje eu estou na presidência da Regional Sul da Firjan e devo dar continuidade ao planejamento do meu antecessor e o mesmo deve acontecer com quem vier a me suceder. Se as ações são necessárias não importa de quem foi a ideia ou quem iniciou a execução, é necessário que o planejamento seja cumprido e as obras, concluídas.

 

 

P – A nova concessão da rodovia Presidente Dutra está programada para o fim deste mês de outubro. Que benefícios o senhor espera desta prestação de serviços para a nossa região?

HN – A nova concessão da Rodovia Presidente Dutra prevê intervenções de alto impacto no desenvolvimento socioeconômico da região e do estado, em especial no Sul Fluminense. Destaque para a nova subida da Serra das Araras, prevista para o 6º ano de concessão, a implantação de faixas adicionais nas rodovias BR-116 e BR-101, duplicação da BR-101 entre Mangaratiba e Angra dos Reis e a implantação de vias marginais na BR-116 (incluindo as nossas cidades cortadas pela via), que estão previstas para serem entregues até o 9º ano da concessão. Os investimentos listados beneficiarão diretamente a capacidade de escoamento, tornando a região mais competitiva e atrativa para novos investimentos. A Firjan se envolveu ativamente com a questão desde o seu início, e quero destacar o nosso diálogo intenso durante a modelagem do projeto com o Ministério da Infraestrutura e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que inclusive visitaram o Sul Fluminense para atender aos pleitos da nossa região.

 

P – A privatização da Cedae gerou caixa para o governo do estado. A Firjan apresentou uma lista de projetos prioritários em infraestrutura como sugestão de investimentos destes recursos, o “Rio Canteiro de Obras”. Há algum projeto da lista para o Sul Fluminense? Que benefícios ele pode gerar à sociedade?

HN – O documento “Rio Canteiro de Obras”, para o Sul Fluminense, elencou a adequação da infraestrutura de acesso ao Cluster Automotivo como um dos projetos prioritários para o desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro. Tais melhorias, como a construção de ponte de ligação dos polos industriais Nissan-Volkswagen/Stellantis e a melhoria nas rodovias estaduais RJ-143 e RJ-153, são fundamentais para a retomada econômica da região, devido ao potencial de aumento de escoamento de cargas não só do Cluster Automotivo, mas também nos distritos industriais próximos, gerando empregos e promovendo a competitividade industrial. Convém observar que o “Rio Canteiro de Obras” foi elaborado a pedido do governador, que chegou a citar numa apresentação feita em agosto, no lançamento do plano “Pacto RJ”, ao menos um investimento para o Sul Fluminense.

 

P – O Brasil está vivendo a iminência de uma crise hídrica/energética que pode afetar a todos, incluindo a nossa região. No seu ponto de vista, quais medidas devem ser tomadas para evitar futuras crises desta natureza além de ameaças potenciais a outros recursos básicos ao desenvolvimento do país?

HN – Recentemente, a Firjan e a Fiemg elaboraram uma nota técnica conjunta com a finalidade de apresentar suas sugestões para contribuir com o combate à crise energética. Foram propostas medidas voltadas para a redução do consumo, melhoria das oportunidades de financiamento, diminuição da pressão sobre o horário de ponta, redução dos custos da crise e até mesmo, adequação da geração para 2022. Em relação a consumo, destaca-se a necessidade de permitir que o programa de eficiência energética da Aneel possa ser oferecido com recursos a fundo perdido para o setor industrial, à semelhança do que já é feito para programas sociais, para o setor público e para as entidades sem fins lucrativos. Também é necessária a manutenção do plano de Redução Voluntária da Demanda (RVD) de modo a reduzir o atual patamar de 5 MW para 1 MW, permitindo que mais indústrias possam contribuir com o programa, flexibilizar o limite de horas para adesão para 2 a 7 horas diárias e permitir que o consumidor possa confirmar sua adesão ao programa no dia anterior à efetiva RVD. Dentre as contribuições voltadas para prevenção de futuras crises, destacam-se a necessidade de iniciar discussões de modernização e repotenciação das usinas hidrelétricas, bem como reavaliar a garantia física dos empreendimentos. Estas propostas visam aumentar a adequabilidade da oferta de energia do sistema interligado nacional e assegurar que os índices de indisponibilidade das termelétricas fiquem dentro dos valores de referência utilizados nos cálculos da garantia física das usinas, com a aplicação de penalidades previstas em contrato.





Fonte: Diário do Vale