Polícia retoma buscas para localizar suspeito de manter esposa e duas filhas em cárcere privado por cerca de 22 anos em Valença | Sul do Rio e Costa Verde

A polícia retomou na quarta-feira (5) as buscas para localizar José do Carmo João, conhecido como Zé. Ele é suspeito de manter a esposa e duas filhas em cárcere privado por cerca de 22 anos em Valença (RJ).

O caso foi divulgado na última semana de setembro. Segundo a Polícia Civil, a família vivia em condições precárias em uma casa que fica em uma área rural de difícil acesso no distrito de Pentagna.

As buscam foram paralisadas devido ao período de legislação eleitoral. De acordo com a lei do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, é proibida a prisão ou detenção de qualquer eleitor durante o período que vai de cinco dias antes até 48 horas após o pleito, que neste caso, aconteceu no último domingo (5).

A exceção de prisões nesse período são apenas em situações de flagrante delito, sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou desrespeito a salvo-conduto.

O Disque Denúncia divulgou na terça-feira (4) um cartaz para localizar José do Carmo. Segundo a Polícia Civil, ele também possui um mandado de prisão em aberto por homicídio qualificado, expedido em 2007. Desde então, ele é considerado foragido da Justiça.

José do Carmo João é suspeito de manter a família em cárcere privado em Valença — Foto: Divulgação/Disque Denúncia

Qualquer informação sobre o paradeiro de José do Carmo pode ser comunicada pelos seguintes canais de denúncia:

  • WhatsApp do Portal dos Procurados: (21) 98849-6099
  • Telefones: (21) 2253 1177 ou 0300-253-1177
  • Aplicativo “Disque Denúncia RJ”
  • Facebook (por direct)
  • Twitter (por direct)
  • Site Portal dos Procurados (em “denuncie”)

A polícia foi até o local após uma denúncia de que o suspeito teria ameaçado vizinhos. No momento em que os agentes tentaram fazer a abordagem, o homem foi visto fugindo para uma área de mata e não foi mais localizado. Veja no vídeo abaixo.

Polícia retoma buscas para localizar suspeito de manter esposa e duas filhas em cárcere privado por cerca de 22 anos em Valença | Sul do Rio e Costa Verde

VÍDEO: imagens da casa onde a família era mantida em cárcere privado em Valença

Na residência, viviam três mulheres: a esposa e duas filhas do fugitivo, sendo uma aparentemente maior e a outra menor de idade — não há confirmação das idades porque as filhas não foram registradas e, por isso, não possuem documentos de identificação civil.

Segundo a polícia, as filhas do suspeito nunca frequentaram a escola e também eram desestimuladas a receber atendimentos de saúde do município.

A esposa contou ainda que a filha mais nova nasceu em casa porque o marido a impedia de fazer pré-natal e também a proibiu de ser assistida no momento do parto.

As três mulheres foram retiradas da situação de cárcere privado durante a ação, que foi feita por policiais civis das delegacias de Valença e de Rio das Flores, além de guardas municipais de Valença.

As vítimas juntaram pertences pessoais e foram levadas para a casa de parentes.

“Procuramos um abrigo, encontramos a família da esposa, que, inclusive, acreditava que ela já estava morta, pois ela não dava notícias durante toda a expedição do mandado do marido”, acrescentou o delegado.

Casa onde a família vivia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

No imóvel, foram apreendidas uma espingarda calibre 28 e várias munições.

Espingarda e munições apreendida no imóvel — Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil apurou mais detalhes sobre a condição de vida da família, e os indícios levaram o delegado a determinar que o caso seja tratado como cárcere privado.

“Ele está há quase 20 anos submetendo tanto a esposa quanto as duas filhas a essa condição de vida dele. Então, é uma condição de vida reclusa, de cárcere forçado, ele não permite que as filhas dele deixem a casa, não permite que a mulher deixe a casa, não permite que elas tenham contato com qualquer outra pessoa que não seja ele”, detalhou o delegado Flavio de Almeida Narcizo.

Além do mandado de prisão por homicídio qualificado, agora o homem também passa a ser investigado e procurado por cárcere privado.

Quem presenciar situações deste tipo pode fazer denúncias à polícia pelo telefone (24) 2452-3769. O anonimato é garantido.

Casa onde a família vivia — Foto: Divulgação/Polícia Civil

VÍDEOS: as notícias que foram ao ar na TV Rio Sul

Fonte: G1