Pesquisa aponta bairros de Volta Redonda para receberem as câmeras de segurança


Levantamento foi feito pela equipe do vereador Raone Ferreira e objetiva apontar localizações estratégias para os equipamentos

Imagem: Reprodução

Volta Redonda – Uma pesquisa pública realizada pelo vereador Raone Ferreira entre os dias 20 e 23 de janeiro apontou as áreas de maior risco em Volta Redonda. Com20% das respostas, o bairro Aterrado foi o recordista na pesquisa como o mais precário em segurança pública. O formulário virtual foi destinado às mulheres e população LGBTQIA+ do município com o objetivo de apontar localizações estratégicas para o projeto ‘VR Mais Segura’, que prevê a instalação de 645 câmeras de segurança em locais públicos, integradas ao Ciosp (Centro Integrado de Operações de Segurança Pública).

As localidades mais apontadas pelos participantes da pesquisa para a instalação de câmeras de segurança, seguidos do Aterrado, estão a Vila Santa Cecília (19%), Vila Mury (10%), Amaral Peixoto (12%), Conforto (6%), BR 393 (5%), Jardim Amália (4%), Ponte Alta (3%), Sessenta, São Geraldo, Barreira Cravo e Laranjal, com 2% das respostas.

Dentre os bairros apontados, a instalação das câmeras de segurança foi sugerida nas seguintes localidades: Jardim dos Inocentes (Vila Santa Cecília), Viaduto Nossa Senhora das Graças (Aterrado), Rua Nestor Rodrigues Perlingeiro (próximo ao Ministério Público), entre a Praça da Escola Técnica Pandiá Calógeras e a Rua 33 (Vila Santa Cecília), RJ 153 (próximo à Amaral Peixoto), Avenida dos Trabalhadores (Próximo ao Instituto Educacional Professor Manuel Marinho), Rua Senador Pinheiro Machado (ponto de ônibus no Jardim Normândia), Rodovia Lúcio Meira (ponto de ônibus no Jardim Amália), Escritório Central, Passarela que liga a Av. da Integração à travessa Luiz Antônio Félix (próximo à Amaral Peixoto), Av. Ministro Salgado Filho (Aero Clube), Rua Vereador Aldilio de Carvalho França e Rua Dom Pedro I (Ponte Alta).

A pesquisa foi direcionada ao público considerado mais vulnerável em termos de segurança pública. De acordo com o Centro Especializado de Apoio à Mulher (CEAM), no primeiro semestre de 2021, mais de 500 atendimentos foram realizados a mulheres vítima de violência em Volta Redonda.

Já o Mapeamento da Violência Contra a População LBTQIA+, realizado pelo movimento Volta Redonda sem Homofobia, registrou 18 casos de violência entre 2018 e 2020. Só em 2020, foram cinco casos de homicídio. Ainda de acordo o mapeamento, o município lidera os casos de homofobia no Sul Fluminense, com 44,8% das ocorrências.

Mariana Gatti (27), moradora do bairro Santo Agostinho foi uma das participantes da pesquisa pública. A estudante conta que já passou diversas situações de assédio e até mesmo de abuso físico nas ruas de Volta Redonda. Ela apontou a rua do antigo fórum, localizada na Av. Lucas Evangelista, no bairro Aterrado, como o principal ponto para a instalação de câmeras de segurança.

— Um homem de bicicleta já passou a mão em mim em dois anos diferentes, no Aterrado. Em outra ocasião, o mesmo homem ficou me aguardando sair de perto das pessoas que eu estava conversando, mas percebeu que estava comentando sobre o fato e não sairia dali. Fora os assédios diários em qualquer lugar da cidade que passamos. Achei a pesquisa muito necessária de algo que precisa ser falado e nunca tinha visto algo assim para a cidade — afirmou Mariana.

 

Requerimento através de ofício

 

Foto: Divulgação
Raone reuniu dados da pesquisa em ofício enviado ao Executivo

Os dados levantados na pesquisa pública foram apresentados pelo vereador Raone Ferreira através de ofício entregue pessoalmente ao subsecretário municipal de Ordem Pública de Volta Redonda, Amauri Pego Mendonça, nesta segunda-feira (24).

— Eu entendo que um mandato popular deve estar à disposição principalmente daqueles grupos mais vulneráveis. Quando o secretário nos apresentou a proposta da instalação das câmeras, eu logo pensei que deveríamos dar voz a quem sofre com a violência e o assédio na pele. As mulheres e a comunidade LGBTQIA+ devem ter seu direito à segurança garantido. Nossa cidade não pode mais ser hostil as minorias. Ouvir as principais demandas de segurança pública das camadas mais vulneráveis é estratégico para a implementação das câmeras — destacou o vereador.

 





Fonte: Diário do Vale