MEP promove 2º edição da ‘Colônia de Férias Cientifica’ na Pedreira da Voldac


O evento, mesmo limitado devido a pandemia, deixou claro um sentimento de pertencimento das pessoas pelo local – Foto: Clener Santos.

Volta Redonda- O frio da manhã deste domingo, dia 1º de agosto, não foi empecilho para que 15 pessoas, entre crianças, jovens e adultos participassem da II ‘Colônia de Férias Cientifica’ na Pedreira da Voldac, promovida pela Equipe Ambiental do MEP(Movimento Ética na Política).

De acordo com o Professor Fernando Pinto, ecólogo, coordenador da equipe e responsável pelo evento sócio científico, o evento, mesmo limitado devido a pandemia, deixou claro um sentimento de pertencimento das pessoas pelo local. “Avalio como super positiva a II Colônia de Férias. O grupo foi muito participativo e atento às pluralidades do local”, disse Fernando, acrescentando ainda que a ideia foi a dar a conhecer ao grupo, possibilitando a dimensão de pertencimento, fato que na medida em que o coletivo ia conhecendo as potencialidades da área, o sentimento de pertencimento foi aumentando.

Dinâmica

A pequena trilha de 1,2 Km, iniciada às 9h30, e orientada por diferentes especialistas ligados à equipe do MEP, das áreas de  história, biologia, ornitologia (especialista em pássaros), engenharia ambiental e arquitetura deram o tom cientifico à atividade. Os especialistas, a cada parada faziam preleções breves sobre a história, hidrografia do local, os impactos agressivos na área e as características da biodiversidade e geodiversidade na Pedreira e entornos.

O estudante de biologia, Clener Santos, com sua possante máquina fotográfica, não deixou escapar nada. E comentou ao fazer seus registros: “Tudo me impressionou, aprendi muito e a cena que muito me tocou ao registrar os cenários de fauna e flora, foi quando as crianças, em especial tocaram o paredão rochoso com as mãos para sentir a energia da natureza vindo das rochas. Tocou-me muito” Relatou Clener, pela primeira vez na pedreira.

Segundo o professor Fernando, outras dinâmicas lúdicas foram realizadas, e sempre de forma circular.

A acadêmica de engenhara ambiental (UNIFOA), Sabrina P. Arantes e a arquiteta Paola Amorim, ao localizarem uma alta e robusta edificação em concreto (local onde faziam cambagem do minério extraído), sugeriram incluir no projeto, como ponto para ‘observatório’ e também como local para descrição da história do local.

Já Heitor Ruela, de 9 anos, sempre do lado pai Paulo, muito atento, fotografou tudo, em especial as formigas e pássaros, e no final sugeriu uma limpeza no local para recolher o lixo, e disse que quer ajudar.

Oferendas ecológicas e prevenção as queimadas

Uma importante iniciativa será articulada junto a equipe ambiental, a partir da observação de Sid Soares, ligado ao Conselho de Terreiros das Religiões de Matriz Afro em VR.  “Primeiro, agradeço a oportunidade de estar com vocês. De fato, a região inserida na Mata Atlântica, a pedreira, carrega a presença do sagrado, daí a importância da população, e mais ainda a população de matriz-afro conhecer para ter o sentimento de pertença e cuidado. As oferendas expostas que vimos, preocupou-me, a forma agressiva, os restos de velas, produtos plásticos e vidros quebrados, parece mais um ‘deposito de lixo’. Se o que ofereço, destrói ou corrompe algo, deixa de ser algo que me remete ao sagrado. Há uma agressão ao ambiente e isto provoca queimadas”, comentou Sid, que também é Bombeiro Militar.

Sid acrescentou que a ideia é trazer a comissão para dentro do projeto ambiental, e de forma lúdica, educacional, mostrar como as oferendas podem ser feitas de uma forma ecológica.

O bombeiro comprometeu- se a agendar uma data para uma visita pedagógica com seus pares, o que foi elogiado pelo sub -coordenador da equipe, Michel Bastos.





Fonte: Diário do Vale