Jari e Freixo lançam pré-candidaturas a deputado estadual e a governador

Foto: Arquivo
Freixo e Jari mantêm parceria para a futura campanha eleitoral

Volta Redonda – O vereador de Volta Redonda Jari de Oliveira fará neste sábado, dia 25, o lançamento oficial de sua pré-candidatura a deputado estadual do Rio de Janeiro pelo PSB – Partido Socialista Brasileiro para o pleito de outubro de 2022. O evento será às 10h, no Clube de Bocha, na Vila Santa Cecília, na entrada para o Zoológico Municipal. O parlamentar vai receber convidados e políticos do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

— A participação popular é marca da minha atuação no legislativo. Nos três mandatos como vereador de Volta Redonda e nos três meses como deputado estadual do Rio estive ao lado das pessoas. Por isso, é fundamental conversar com elas sobre a decisão de ser pré-candidato à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) para as próximas eleições. Tenho certeza que será uma caminhada bonita com propostas e muito diálogo com a população — falou Jari.

Nomes do cenário político nacional e estadual confirmaram presença no lançamento da pré-candidatura de Jari à Alerj. Entre eles, os deputados federais Alessandro Molon e Marcelo Freixo; e os deputados estaduais do Rio de Janeiro Waldeck Carneiro e Renan Ferreirinha.

O DIÁRIO DO VALE se antecipou e fez entrevistas exclusivas com Jari e Marcelo Freixo, sobre as pré-candidaturas e o cenário político atual.

 

 

Entrevista exclusiva com Marcelo Freixo

 

DIÁRIO DO VALE – Como você avalia sua pré-candidatura em relação ao cenário político polarizado que impera no Brasil? Acredita que isso vá contaminar a mentalidade do eleitorado fluminense?

Marcelo Freixo – Esta eleição será diferente de todas as outras que já vivemos. Na grande maioria dos estados haverá esta polarização e aqui no Rio não será diferente. É o que todas as pesquisas indicam, inclusive. Há uma polarização entre uma candidatura que prega o ódio, o negacionismo e que gera fome e desemprego contra uma candidatura que prega o diálogo, a retomada do emprego, da renda, da comida na mesa, da criança na escola e do remédio e da vacina nos hospitais e postos de saúde.

 

DV – Você é filiado ao PSB, partido que deve indicar Alckmin como vice na futura chapa do presidente Lula. Existe alguma possibilidade de seu ou sua vice, na futura chapa, ser do PT?

Freixo – O governador Geraldo Alckmin será o nosso candidato a vice na chapa do presidente Lula. Isso já está definido. Em relação à nossa chapa, nós fizemos um convite ao Cesar Maia (ex-prefeito do Rio), que é do PSDB, um homem público que admiro muito, que agregará demais à nossa candidatura.

 

DV– A questão da candidatura ao Senado Federal, no âmbito de uma possível aliança PT-PSB no Estado do Rio, tem um aspecto peculiar. O petista André Ceciliano, presidente da Câmara, e o deputado federal Alessandro Molon, do PSB, têm pretensões de disputar o Senado. Existe alguma negociação no sentido de unificar a candidatura ou a aliança pretende ter dois candidatos ao senado, se a lei permitir?

Freixo – São duas candidaturas que respeitamos demais. Mas essa questão vai ser decidida pela direção dos partidos.

 

DV – No caso de duas candidaturas ao Senado, o senhor acredita que a divisão dos votos de esquerda entre Molon e Ceciliano poderia vir a beneficiar outro candidato?

Freixo – Minha opinião é a de que devemos ter um único candidato para sermos mais competitivos. Temos apenas uma vaga em disputa no Senado nessa eleição.

 

DV – Em termos de propostas de governo – no sentido de linhas gerais de atuação, não de promessas – que diferenças principais o senhor propõe em relação ao que o atual governo pratica?

Freixo – O atual governo faz parte de uma máfia que governa o Rio de Janeiro há muito anos. Eu faço parte do time que combate essa máfia há muitos anos. Eu comecei a trabalhar com 15 anos, ralei muito para ser professor, virei deputado, tive mais de 1 milhão de votos nas eleições para prefeito e fui eleito por duas vezes o melhor deputado federal do Brasil. Nós  temos experiência e estamos preparados para solucionar os problemas do nossa Estado. O governo tem que estar ao lado das pessoas de bem, não dos bandidos.

Meus compromissos são gerar emprego, melhorar a Educação com ensino em tempo integral e enfrentar o crime organizado com uma polícia bem treinada e bem equipada. Também vamos combater a corrupção que sequestrou a política no Rio de Janeiro. A gente precisa urgentemente virar esta página e botar o Rio de Janeiro de pé. Nosso estado não aguenta mais quatro anos governado por uma máfia.

 

DV – O Estado do Rio de Janeiro está passando pelo Regime de Recuperação Fiscal, que foi revalidado recentemente, e que cria uma dependência do estado em relação à União. Que políticas você pretende implementar para reduzir essa dependência sem prejudicar a prestação de serviços à população?

Freixo – O Rio de Janeiro vive uma crise de governança e de credibilidade por causa da corrupção, da incompetência e do poder do crime organizado. Nós vamos acabar com essa bagunça e botar ordem na casa. Vamos dar estabilidade e atrair investimentos para nosso Estado crescer e gerar emprego.

Além disso, não teremos um novo Brasil sem um novo Rio de Janeiro. Nosso Estado é a imagem do nosso país lá fora. Isso faz com que o Rio de Janeiro seja estratégico para a retomada econômica do Brasil.

Por isso vamos renegociar o Regime Fiscal com Lula, garantindo recursos federais e autonomia para o que Governador tenha meios para liderar um projeto de desenvolvimento estadual.

 

DV – O cenário econômico nacional é adverso e, independente de quem vença a eleição presidencial em outubro, não deve se tornar muito melhor no curto prazo. Como você pretende priorizar as políticas estaduais para promover desenvolvimento econômico?

Freixo – O primeiro passo é acabar com a corrupção e a incompetência. Vamos resgatar a confiança no Rio de Janeiro e atrair investimentos, os empresários vão querer fazer negócios em nosso Estado porque nós vamos acabar com a desordem. O Rio de Janeiro terá uma gestão eficiente e transparente para gerar emprego e melhorar os serviços públicos.

A gente não precisa inventar a roda para reerguer nosso Estado. Tem que acabar com a roubalheira, investir nas áreas certas e trabalhar pela população que hoje está abandonada.

Além disso, vamos usar parte dos recursos do petróleo para que o Estado possa ser lider em economia verde. Atraindo empresas que o Rio de Janeiro perdeu. Articulando para aproveitar oportunidades da nova economia dos serviços, intensiva em tecnologia, aproveitando a boa formação da mão de obra no Estado, entre as melhores do País . Os jovens vão encontrar bons empregos em suas próprias regiões. A região do centro-sul, que tem boas universidades e indústrias já instaladas, tem condições de liderar esse processo no interior do Estado. Temos potencial, só falta liderança e projeto.

 

DV – Como o Sul Fluminense se insere no seu projeto de governo para o Estado do Rio?

Freixo – O Sul Fluminense tem um potencial enorme que não é aproveitado por falta de apoio do governo do estado. E a gente vai acabar com isso. Eu farei o Sul Fluminense voltar a gerar emprego e renda para que o povo não tenha que buscar a capital em busca de oportunidade. As pessoas terão segurança, bons empregos, boas escolas e conseguirão cuidar da saude aqui.

O Sul Fluminense tem uma rede de universidades, institutos federais e cursos técnicos que precisa ser mais aproveitada. Vamos investir no ensino técnico profissionalizante, para que os jovens conquistem bons empregos. Vamos fortalecer a pesquisa em tecnologia para que as universidades ajudem o setor produtivo para gerar mais emprego e riqueza. Vamos ser parceiros dos produtores rurais, que hoje estão batalhando sem o apoio do governo.

 

 

Entrevista exclusiva com Jari

 

DIÁRIO DO VALE – Sua pré-candidatura a deputado estadual é um projeto do Jari ou do grupo político que você representa? Num sentido mais amplo, até que ponto o indivíduo Jari é representante de ideias e ideais de um grupo e até que ponto busca realização de projetos de sua própria iniciativa?

Jari Simão – Nunca tinha pensado em uma candidatura política até quando o Paiva, a quem eu assessorava, candidatou-se a vice-prefeito e o nosso Grupo, surpreendentemente, me escolheu para dar continuidade ao projeto político que vínhamos defendendo. Portanto, já no nascedouro ficou claro que NÃO se trata de projeto pessoal. As reuniões quinzenais com o Grupo durante anos explicita a importância do Grupo no nosso mandato.

 

DV – A aliança nacional PT-PSB, com Lula e Alckmin, tem chance de se repetir no Estado do Rio, com Freixo e um ou uma petista como vice?

Jari – Possível é, até porque o PT tem excelentes quadros, mas o melhor para o nosso Estado tem que superar vontades partidárias ou, até mesmo, pessoais.

 

DV – A busca de verbas, em forma de emendas orçamentárias, é uma atribuição dos deputados, tanto estaduais quanto federais, e traz a eles a oportunidade de “mostrar serviço” em sua base eleitoral e também de agradar prefeitos aliados e atrair os que não são tão aliados assim. No entanto, seria essa a função principal do deputado, na sua opinião? Não haveria coisas mais importantes a fazer, como legislar e formular políticas que sejam benéficas ao estado e à população?

Jari – Com certeza as principais atribuições do Legislativo são a de propor construção de políticas públicas, culminando ou não em projetos de lei. E, a de fiscalizar o Executivo. Por isto, tenho feito mandatos independentes do Executivo.

 

DV – A eleição geral de 2018 foi extremamente polarizada, com uma onda da direita, e agora os institutos de pesquisa parecem apontar para outro “Fla-Flu” político, mas com uma onda de esquerda dando as caras. Você acredita que tem condições de surfar nessa onda e que ela vá aumentar sua votação?

Jari – Não pretendo surfar nesta onda, farei uma campanha propositiva de um mandato participativo como sempre fiz.

 

DV – Como vereador em Volta Redonda, e fazendo visitas constantes a diversos bairros, pode-se deduzir que você conhece bem os potenciais e demandas das diversas partes da cidade. Mas você, se eleito, será deputado não apenas por Volta Redonda, mas pelo estado, e particularmente pela região. Você teve oportunidade de conhecer municípios vizinhos durante sua estada na Alerj?

Jari – Sim, é verdade, o projeto “ Vereador no seu Bairro “ me proporcionou pleno conhecimento das demandas de Volta Redonda e, por isto, enquanto deputado estadual por três meses, iniciei exatamente esta busca junto às populações vizinhas.

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Fonte: Diário do Vale