Guia de Leitura: Uma história do fascismo no Brasil


Livro de Pedro Doria é leitura importante no momento atual

Integralismo: A camisa verde e a obediência ao líder

O conhecimento da história de um país é de extrema importância, para evitar que as gerações atuais repitam os erros de seus antepassados. Essa é a função da memória nos seres vivos. A maioria dos bichos aprende com as experiências passadas para melhorar seu desempenho no presente. E no momento político atual um livro como “Fascismo à brasileira” do jornalista Pedro Doria nos mostra como a extrema direita brasileira parece não ter aprendido nada com os erros do passado. Com a experiência do Integralismo do Plínio Salgado, na década de 1930, que tentou implantar no Brasil um regime autoritário nos moldes do fascismo italiano do Benito Mussolini. Um ditador que adorava andar de moto com seus seguidores fanáticos.

Meu pai me falava muito sobre o movimento integralista na nossa região. Dos camisas verdes marchando e saudando seu líder supremo aos gritos de “anauê”. Das moças que entravam para o movimento para usar a tal camisa verde e marchar com os namorados nas manifestações. E de como tudo acabou quando outro ditador, Getúlio Vargas, se sentiu ameaçado e mandou prender todo mundo. Um bom retrato desta época esta no livro de Pedro Doria, que saiu ano passado, mais precisamente em agosto de 2020, pela editora Planeta, e esta disponível nas livrarias da internet.

Como diz o autor na apresentação do livro: “Se é inegável que entende melhor o presente quem conhece o passado é fundamental conhecer o integralismo para compreender a essência do bolsonarismo. Sim, o Brasil teve um movimento fascista e anticomunista na sua história, na mesma época de Mussolini e Hitler. Fundado pelo deputado e jornalista Plínio Salgado, a Ação Integralista Brasileira foi o maior movimento fascista fora da Europa entre os anos de 1920 e 1940 – e também o maior movimento de extrema direita do país até o surgimento de Jair Bolsonaro. Como instrumentos ele pregava a violência e o militarismo ao mesmo tempo em que tinha como valores fundamentais a família e a religião.” Ou seja tudo muito familiar para quem conhece a história.

“Fascismo à brasileira”tem 28 páginas e custa em torno dos 37 reais.

 

Jorge Luiz Calife





Fonte: Diário do Vale